Custo de vida tem maior impacto para as classes baixas com alta na energia elétrica, aponta FecomercioSP
Aumento nas carnes também pressiona orçamento, mas queda nos transportes alivia parte do impacto
- Data: 05/12/2024 10:12
- Alterado: 05/12/2024 10:12
- Autor: Redação
- Fonte: FecomercioSP
Supermercado
Crédito:Valter Campanato / Agência Brasil
O Índice de Custo de Vida por Classe Social (CVCS), divulgado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), apontou alta de 0,62% em outubro. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice registra avanço de 4,56%. As classes de menor renda (D e E) foram as mais impactadas, com variações de 0,69% e 0,73%, respectivamente, enquanto para a classe A houve expansão de 0,53% [tabela 1].
Dentre os fatores que mais contribuíram para a elevação, destaca-se o aumento de 6% na energia elétrica, causado pela mudança na bandeira tarifária para o patamar vermelho 2. O impacto para a habitação foi relevante, com variação de 1,55%, correspondendo a mais de 90% da alta geral no mês, ao lado de alimentação e bebidas.
De acordo com a FecomercioSP, essa aceleração do CVCS era esperada em decorrência do aumento da tarifa da energia elétrica — porém o regresso, em novembro, para a bandeira amarela, acabou favorecendo o cenário das famílias. A inflação segue controlada, com altas concentradas em itens específicos e sem avanço generalizado.
No setor de alimentos, as carnes lideraram as pressões inflacionárias, com alta média de 7,5%. Cortes como acém (11,4%), músculo (10%) e costela (9,4%) apresentaram as maiores elevações, reflexo do período de entressafra. Em contrapartida, outros itens essenciais, como feijão (-0,4%), cebola (-12,9%) e pão francês (-0,3%), registraram queda, amenizando parcialmente o impacto.
Já na saúde, o aumento foi de 0,56%, puxado por reajustes em convênios (0,5%) e produtos de higiene pessoal (0,81%). Por outro lado, os transportes apresentaram deflação de 0,30%, com quedas expressivas nas passagens aéreas (-14,7%) e no etanol (-0,4%), beneficiando especialmente lares de menor renda.
No acumulado de 12 meses, as classes D e E lidaram com os maiores avanços no custo de vida, com 4,57% e 4,56%, respectivamente. Já a classe A testemunhou variação de 4,43%, refletindo menor exposição às oscilações nos preços de habitação e alimentação.
O Índice de Preços no Varejo (IPV), por sua vez, apontou alta de 0,68% em outubro, acumulando 3,84% nos últimos 12 meses. O grupo de alimentação e bebidas foi o principal responsável pelo avanço, com alta mensal de 1,96%. Por isso, as classes mais baixas sentiram o encarecimento dos preços dos produtos de forma mais intensa.
No segmento dos serviços, o Índice de Preços de Serviços (IPS) avançou 0,57%, acumulando 5,33% em um ano, com destaque para habitação (1,79%). Essa contribuição potencializou o avanço no acumulado anual (5,95%).