Cresce demanda por títulos indexados à Selic no Brasil
Investidores temem inflação e aumento da dívida sob governo Lula.
- Data: 21/12/2024 18:12
- Alterado: 21/12/2024 18:12
- Autor: redação
- Fonte: Folhapress
Crédito:Marcelo Camargo/Agência Brasil
A recente demanda crescente por títulos indexados à Selic, a taxa básica de juros do Brasil, reflete a preocupação dos investidores em relação ao aumento da dívida pública sob o governo do presidente Lula. Desde sua posse, a proporção de títulos flutuantes saltou de 38,2% para 45,9% da dívida pública federal. Em contrapartida, a fatia dos papéis prefixados caiu de 27% para 22,2%.
Essa mudança ocorre em um contexto de aumento expressivo nos gastos do governo e uma trajetória preocupante da dívida, que está pressionada no valor do dólar e, consequentemente, aumentando a inflação. Em resposta às incertezas econômicas, o Banco Central elevou a Selic. Com um ciclo projetado de aumentos que pode totalizar 3 pontos percentuais, as implicações para a dívida bruta são significativas, podendo inflacioná-la em até R$ 150 bilhões.
Especialistas como Samuel Pessôa e Marcus Pestana alertaram para os riscos da dominância fiscal, onde a capacidade do Banco Central de controlar a inflação se torna limitada pela necessidade do governo de financiar seus gastos. Além disso, há uma preocupação com o foco do governo em manter o crescimento econômico em vez de implementar cortes fiscais necessários.
A relação entre dívida pública e PIB deve crescer e ser mais benéfica durante o governo Lula, levando a uma pressão contínua por juros mais altos para atrair investidores. O cenário atual sugere que o governo precisará reavaliar suas estratégias fiscais para evitar uma variação ainda maior da situação econômica e garantir a confiança dos mercados financeiros.