Cresce 84% o número de mortes em ações da PM em São Paulo
Debate sobre uso de câmeras e política agressiva se intensifica após caso trágico de estudante na Vila Mariana
- Data: 21/11/2024 12:11
- Alterado: 21/11/2024 12:11
- Autor: Redação
- Fonte: Agência Brasil
Imagem ilustrativa
Crédito:Fernando Frazão/Agência Brasil
Um levantamento divulgado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) revela um aumento alarmante de 84,3% no número de mortes causadas por policiais militares em serviço, comparando os meses de janeiro a novembro deste ano com o mesmo período do ano anterior. As estatísticas, que passaram de 313 para 577 vítimas fatais, foram apresentadas pelo Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp), responsável pelo monitoramento externo das atividades policiais. As informações são fornecidas pelas polícias Civil e Militar conforme diretrizes legais estabelecidas pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP).
O ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Claudio Silva, expressou preocupações sobre o atual cenário da segurança pública no estado. Ele criticou discursos que promovem uma atuação policial mais agressiva, o enfraquecimento das entidades responsáveis pela fiscalização interna da corporação e a falta de comprometimento dos órgãos encarregados do controle externo das atividades policiais. Além disso, Silva destacou a deterioração da política de uso de câmeras corporais como um fator agravante.
Em um incidente recente, ocorrido na quarta-feira (20), o estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, foi fatalmente atingido por um tiro disparado à queima-roupa pelo policial Guilherme Augusto Macedo durante uma abordagem na escadaria de um hotel na Rua Cubatão, Vila Mariana, zona sul da capital paulista. O evento ocorreu por volta das 2h50.
Silva classificou o caso como mais um episódio trágico que reflete a atual conjuntura da segurança pública em São Paulo. Ele destacou que até 2022 a Polícia Militar do estado vinha demonstrando avanços em termos de profissionalização, evidenciados por uma redução nos números de mortes decorrentes de intervenções policiais e pela adoção de tecnologias como câmeras operacionais portáteis. Tais equipamentos proporcionavam segurança jurídica aos agentes e proteção à população ao garantir maior conformidade com os procedimentos operacionais padrão.