Coreia do Norte faz mais 60 disparos no mar próximo a ilha da Coreia do Sul
A ação ocorre um dia após a realização por Pyongyang de mais de 200 disparos semelhantes na mesma região, em momento de aumento de tensões entre as duas Coreias.
- Data: 06/01/2024 13:01
- Alterado: 06/01/2024 13:01
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: FOLHAPRESS
Crédito:Reprodução/Twitter
A Coreia do Norte realizou mais de 60 disparos de artilharia próximos da fronteira marítima com a Coreia do Sul neste sábado (6), informou o Exército sul-coreano. A ação ocorre um dia após a realização por Pyongyang de mais de 200 disparos semelhantes na mesma região, em momento de aumento de tensões entre as duas Coreias.
Os disparos foram novamente feitos ao redor da ilha de Yeonpyeong, segundo o Estado-maior conjunto da Coreia do Sul em comunicado. Seul “instou energicamente” a Coreia do Norte a parar com atos que ameacem a paz na península.
Os projéteis caíram ao norte da Linha de Limite do Norte (NLL), a fronteira marítima entre as duas Coreias, de acordo com a agência de notícias Yonhap, citando o Estado-maior sul-coreano.
Ao contrário das ações de sexta-feira, o Exército de Seul não planeja disparar no mar em resposta à provocação da Coreia do Norte, informou a Yonhap.
Nesta sexta, autoridades de Yeonpyeong e da ilha de Baengnyeong emitiram alertas para que moradores buscassem abrigo em razão de uma “situação não especificada”.
O Ministério da Defesa da Coreia do Sul não confirmou se a ordem para a retirada dos moradores foi motivada pelos disparos do Norte ou pelos exercícios militares que as forças de Seul realizaram em resposta.
Uma mensagem de texto enviada à população das ilhas de Yeonpyeong e de Baengnyeong mencionou que um “exercício de fogo naval” seria realizado por tropas a partir das 15h no horário local (3h em Brasília) desta sexta. Detalhes das atividades não foram divulgados.
Os disparos da Coreia do Norte não causaram danos civis ou militares no Sul, segundo um porta-voz do Exército sul-coreano. Ele advertiu, porém, para uma piora na relação entre os países. “Este é um ato de provocação que aumenta a tensão e ameaça a paz na península coreana”, afirmou Lee Sung-joon, do Estado-maior conjunto da Coreia do Sul.
Pyongyang disse após os disparos de sexta que a operação foi uma resposta às ações militares em larga escala do “gângster” sul-coreano, possível referência ao presidente conservador Yoon Suk-yeol, que mantém postura belicista em relação ao regime do Norte. Afirmou também que as ações não tiveram impacto sobre a segurança das ilhas sul-coreanas, segundo a agência de notícias estatal KCNA.
Yeonpyeong abriga pouco mais de 2.000 moradores e está localizada a cerca de 120 km a oeste de Seul.
O local, acessado por balsas, também concentra tropas. Leif-Eric Easley, professor de estudos internacionais na Universidade Ewha, na capital sul-coreana, disse que os disparos do Norte como parte dos exercícios de inverno não são incomuns.
“O diferente este ano é que Kim Jong-un publicamente renunciou à reconciliação e unificação com o Sul”, afirmou ele à agência de notícias Reuters. O regime comandado pelo ditador está mudando a forma como lida com a Coreia do Sul por meio de mudanças na política e nas organizações governamentais que tratam o vizinho efetivamente como um Estado separado e inimigo.