Confira as novidades que chegaram ao acervo gratuito da BSP e da BVL
O acervo das bibliotecas públicas se renova mensalmente para oferecer uma seleção de livros diversificada, acessível e de qualidade
- Data: 09/01/2025 14:01
- Alterado: 09/01/2025 14:01
- Autor: Redação
- Fonte: Cultura SP
Crédito:Divulgação
O início de um novo ano é sempre uma oportunidade para adquirir novos hábitos ou retomar antigas paixões. Se a leitura está em alguma dessas categorias, que tal começar 2025 explorando as novidades da Biblioteca de São Paulo (BSP) e da Biblioteca Parque Villa-Lobos (BVL)? Com o compromisso de oferecer o melhor da literatura ao público, ambas as bibliotecas renovam constantemente seus acervos, disponibilizando obras para todos os gostos e faixas etárias.
Entre títulos que inspiram, emocionam e educam, as opções são inúmeras e gratuitas. Quer embarcar em uma grande aventura, aprender algo novo ou simplesmente relaxar com uma boa história? Confira as novidades que acabaram de chegar às prateleiras em janeiro:
Biblioteca de São Paulo (BSP):
Só por hoje vou deixar meu cabelo em paz. Cristiane Sobral
Esta seleção de poemas escritos pela “poetriz” Cristiane Sobral é fecunda, necessária e oportuna,sobretudo neste momento em que atores sociais de várias vertentes da sociedade têm protagonizado cenas sistemáticas de extermínio da população afro-brasileira. Textos como esses, de lirismo, denúncia, reflexões e críticas, são fulcrais para o processo de resistência em relação ao esquema de opressão e de exclusão da população negra e não negra no Brasil.” – Rosália Diogo
Foi um péssimo dia – Natalia Borges Polesso
Nesse universo tão real quanto imaginativo, Natalia Borges Polesso apresenta duas histórias que trazem um olhar sensível sobre a passagem da sua própria infância para a adolescência. A relação com o irmão mais novo, o possível divórcio dos pais, os afetos pelas amigas e até a melhor forma de manejar um tchaku: tudo pode rapidamente se transformar em dilemas e inseguranças. À medida que as situações vêm à tona, a pequena Natalia vai descobrindo que compreender sentimentos é tatear no escuro e que aprender a tratar das próprias complexidades pode ser justamente o que faz ecoar a individualidade.
Yerba Buena – Nina Lacour
Quando Sara Foster foge de casa aos 16 anos, deixa para trás a garota inocente e esperançosa que foi um dia. Anos depois, em Los Angeles, ela é uma bartender badaladíssima, famosa tanto pelos drinques autorais quanto pela aura de mistério ao seu redor. Até que um dia ela é convidada para montar a carta de bebidas de um renomado restaurante da cidade: o Yerba Buena. Do outro lado de Los Angeles, Emilie Dubois parece levar uma vida em eterna suspensão, desejando se envolver mais com sua família, com seus estudos, com sua origem creole , mas é incapaz de se comprometer com qualquer coisa. Num impulso, ela arruma um emprego numa floricultura e passa a preparar arranjos de flores para um dos restaurantes mais badalados da cidade. Na manhã em que Emilie e Sara se conhecem no Yerba Buena, a conexão entre as duas é imediata, elas parecem feitas para ficar juntas. Entretanto, o passado de Sara volta para assombrá-la enquanto Emilie busca um propósito na vida. Será que o sentimento entre as duas é mais forte que as adversidades?
Yerba Buena é a prova do poder curativo de uma refeição compartilhada, de um drinque bem preparado, de um espaço em que nos sentimos seguros. Um livro emocionante sobre sentimentos, amizades e família. Sobre irmãos, irmãs e companheiros de viagem. Sobre sexo e sobre como nossos corpos são muito mais sinceros conosco que nossas palavras. E sobre os relacionamentos que nos confortam, nos acalmam e nos restauram quando a vida demanda demais de nós.
A receita da esposa perfeita – Karma Brown
Quando Alice Hale abandona a carreira de publicitária para se tornar escritora e se muda com o marido para os subúrbios de Nova York, ainda não está acostumada a passar os dias sozinha em uma casa grande e vazia. Ao encontrar um livro de receitas antigo em uma caixa no porão, Alice fica fascinada com a ex-proprietária do livro: Nellie Murdoch, a dona da casa nos anos 50. Enquanto Alice experimenta as receitas, cozinhando à moda antiga, percebe que nas páginas daquele livro Nellie deixou pistas sobre sua vida ― incluindo uma série misteriosa de cartas escritas e não enviadas para sua mãe. Logo Alice descobre que, embora o bolo de carne possa parecer inofensivo, os segredos de Nellie não eram nada inocentes. E, quando Alice descobre um lado mais sinistro ― e até perigoso ― do casamento de Nellie e fica cada vez mais insatisfeita com as crescentes pressões em seu relacionamento, começa a assumir o controle de sua vida e a se proteger guardando alguns segredos próprios.
Biblioteca Parque Villa Lobos (BVL):
Tom Lake – Ann Patchett
Neste comovente romance sobre família, amores e amadurecimento, Ann Patchett prova mais uma vez que é uma das escritoras mais talentosas da atualidade. Na primavera de 2020, enquanto a pandemia assola o mundo e enche os noticiários de angústia e desesperança, as três filhas de Lara se veem obrigadas a voltar para o pomar da família no norte de Michigan. Afastadas da rotina e das respectivas faculdades, Emily, Maisie e Nell conduzem os dias dedicadas à colheita de cerejas, principal negócio de seus pais. Para ajudar a passar o tempo, elas imploram à mãe que lhes conte a história de Peter Duke, um ator famoso com quem ela dividiu o palco na juventude e viveu um romance de verão em uma companhia de teatro chamada Tom Lake. À medida que este romance fascinante e incisivo se desenrola, Lara pensa sobre suas escolhas e os caminhos que a levaram até ali, enquanto as filhas analisam as próprias vidas e o relacionamento com a mãe. Tom Lake é uma reflexão sobre o amor juvenil, o amor conjugal e a vida que nossos pais levaram antes de nossa existência. Uma história rica e brilhante, contada com profunda inteligência e sutileza emocional.
Quando eu morder a palavra – Vagner Amaro
O livro reúne entrevistas sobre a vida e a obra de Conceição Evaristo, além de guias de leitura sobre as suas publicações: Ponciá Vicêncio (romance), Becos da Memória (romance), Poemas da recordação e outros movimentos (poesia), Insubmissas lágrimas de mulheres (contos), Olhos d’água (contos), Histórias de leves enganos e parecenças (contos).
De onde eles vêm – Tenório
A obra tem como pano de fundo o ingresso dos primeiros cotistas na universidade brasileira. Na história, que se passa em Porto Alegre, por volta dos anos 2000, acompanhamos o despertar racial do narrador, Joaquim, em meio a um ambiente hostil.
Órfão, tendo que cuidar da avó doente, desempregado e sem dinheiro, Joaquim busca a todo custo manter seu amor pelos livros e pela literatura. Romance de formação de um leitor, este é o retrato de uma jornada feita de obstáculos num momento em que políticas para amenizar desigualdades eram vistas como problema, não como possibilidade de solução.
Somos animais poéticos – Michelle Pettit
Numa formulação certeira, o líder ianomâmi Davi Kopenawa afirmou que “os brancos não sabem sonhar” ― e o resultado dessa incapacidade se traduz na destruição das florestas, na poluição dos rios, na morte de muitas espécies, levando o planeta e todos os seres que nele habitam à beira da extinção. Como um antídoto a essa “ausência de sonho”, o que a antropóloga e pesquisadora das práticas de leitura Michèle Petit faz em Somos animais poéticos: a arte, os livros e a beleza em tempos de crise é iluminar o modo como a literatura oral e escrita ―, e outras formas de arte a elas associadas, podem nos ajudar a recuperar nossos desejos, e a nos conectar conosco e com o mundo à nossa volta. Longe de qualquer abordagem maniqueísta, Somos animais poéticos desdobra e aprofunda os temas que tornaram sua autora uma referência mundial nos estudos sobre a leitura, a função das bibliotecas e dos mediadores culturais nos mais diferentes contextos. Dando voz tanto a artistas consagrados como a pessoas anônimas, muitas delas sobreviventes de grandes catástrofes ― como a recente pandemia da covid-19, também discutida aqui ―, este livro é ele próprio uma afirmação do poder da arte e da beleza, bem como da necessidade que todos temos de, como queria Rimbaud, “reinventar a vida”.