Comentaristas da Globo News discordam e discutem ao vivo
Após Demétrio Magnoli opinar sobre regras para manifestações na Argentina, Mauro Paulino rebateu: ‘É preciso ter compromisso sempre com a verdade jornalística’
- Data: 17/12/2023 12:12
- Alterado: 17/12/2023 12:12
- Autor: Redação
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Reprodução/Globo News
Comentaristas da Globo News discutiram ao vivo durante o programa Em Pauta na sexta-feira, 15. Eles debatiam o protocolo de segurança que Javier Milei, novo presidente da Argentina, anunciou para impedir bloqueios de ruas, vias e pontes em manifestações em Buenos Aires.
Tudo começou quando o correspondente Ariel Palacios comentou a decisão de Milei. “O pessoal vai ter que protestar na Praça de Maio, nas calçadas, sem interromper as ruas. Se é que isso será aplicado assim mesmo”, disse ele.
O jornalista Guga Chacra criticou a medida, chamando-a de “tremenda hipocrisia”. “Restringir o direito das pessoas se manifestarem contra: onde está a liberdade que ele tanto prega ou pregava quando era candidato?”, questionou.
Em seguida, Demétrio Magnoli discordou dos jornalistas e afirmou que Milei faz um programa de choque econômico. Em seguida, disse que o presidente não restringiu manifestações.
“O que queria me referir é nessa questão da restrição das manifestações, porque não é verdade que Milei proibiu manifestações de protesto. Isso não aconteceu. Todo mundo pode se manifestar nas praças, nas calçadas, nas ruas etc. O que foi proibido foram os piquetes, que na Argentina são um tipo de manifestação que visa a barrar as cidades”, começou Magnoli.
Ele continuou e disse que, na verdade, os piquetes foram proibidos. “Usa-se, inclusive, queima de pneus no meio das ruas. Nas democracias do mundo desenvolvido, não se pode fazer piquetes. O que está proibido [na Argentina] são métodos violentos de se interromper a circulação na cidade”, completou.
Chacra pediu a palavra novamente e rebateu Magnoli. Como jornalistas, ele disse ser necessário “tomar cuidado” na hora de informar a população. “O Demétrio está como jornalista no programa nesse momento, embora muitas vezes diga que não seja. Ninguém falou em proibição de manifestação, nem eu, nem o Ariel, a gente falou em restrição, e isso que aconteceu é restrição sim. Você pode não concordar, mas há restrição à liberdade [de manifestação] sim.”
Magnoli fez sua tréplica ao dizer que estava no programa como sociólogo. “Não me digo jornalista. Em segundo lugar, não disse que alguém disse aqui que foram proibidas as manifestações. O que eu disse é que foi restringido um tipo específico de manifestação, proibido em todas as democracias avançadas”.
O sociólogo continuou. “Experimenta fazer uma linha de pneus queimando em Nova York, Washington, Londres, Berlim, Paris. A manifestação livre não implica no direito de interromper no funcionamento da cidade.”
Antes de passar a palavra, a apresentadora Leilane Neubarth também questionou Magnoli. “Em Paris, eles podem não queimar o pneu, mas eles queimam o carro inteiro. Eu lembro que quando teve toda aquela discussão da presidência na França, era carro queimado o tempo todo e impedia todo mundo de andar.”
O comentarista Mauro Paulino também criticou a fala de Magnoli. “No meio da discussão, o Demétrio falou que está aqui como sociólogo e não como jornalista. Eu também sou sociólogo, mas estou num programa jornalístico, em uma emissora jornalística, e preciso ter compromisso sempre com a verdade jornalística. Só queria fazer essa observação.”