Com 38% de indecisos, candidatos de São Paulo apelam para o “Voto Útil”
Lutando para chegar ao segundo turno Boulos, Russomanno e França, empatados tecnicamente, falam em contar com eleitores dos adversários e do voto útil
- Data: 14/11/2020 10:11
- Alterado: 14/11/2020 10:11
- Autor: Alex Faria
- Fonte: ABCdoABC/Estadão Conteúdo
Crédito:Reprodução
Boulos mira voto útil da esquerda, Russomanno, da direita, e França, de ambos, mas no final todos disputam o mesmo eleitor e anseiam disputar o segundo turno com Bruno Covas, líder isolado com 32% das intenções de votos de acordo com as recentes pesquisas eleitorais. Com 38% de eleitores indecisos e, de acordo com a pesquisa Datafolha de 11/11, 32% dos eleitores ainda podem mudar de opinião e de voto. Ou seja, todos os cenários possíveis podem ser alterados. Até a possibilidade de a eleição ser resolvida neste domingo, 15, com um candidato já eleito.
Citado por 10% dos eleitores no último levantamento Ibope/TV Globo/Estadão, Márcio França (PSB) é quem tem feito os avanços mais explícitos. No seu perfil verificado de uma rede social postou uma foto com a frase “voto útil no único que já venceu o PSDB em São Paulo”. Com a tese de que pode bater, no segundo turno, o prefeito Bruno Covas (PSDB), que lidera o levantamento com 32%, o candidato do PSB mira votos à esquerda e à direita. Anteontem, durante debate organizado pela TV Cultura, França disse que aceitaria o apoio de todos os outros concorrentes.
“Acho que essa história do voto útil vai pegar cada vez mais”, afirmou o deputado estadual Caio França (PSB), filho do ex-governador, que também publicou a mensagem sobre voto útil em França nas redes sociais.
Numericamente à frente de França, com 13% no Ibope, Guilherme Boulos (PSOL) ajustou o discurso em busca do voto tanto do PT quanto de França e tenta associar França ao PSDB por ter sido vice do ex-governador tucano Geraldo Alckmin e ter apoiado João Doria para a prefeitura quatro anos atrás. “O PSDB tem dois candidatos nessa eleição. O candidato do Doria, que é o Bruno Covas, e o candidato do Alckmin, que é o Márcio França”, tentando minar os votos dos eleitores mais à esquerda e frear o avanço do “Bolsodoria”.
Celso Russomanno (Republicanos), em trajetória de queda e com 12% das intenções de voto, tem mirado Boulos nos debates. Em duas oportunidades nesta semana, Russomanno atacou Boulos criticando sua atuação em movimentos de moradia e divulgando uma informação que foi considerada “inverídica” pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A campanha mira eleitores da periferia, onde, segundo o Ibope, está parte dos indecisos – público também cobiçado por Boulos. A maior parte dos indecisos têm Ensino Fundamental e ganha até dois salários-mínimos.
Bruno Covas também procura trabalhar a estratégia do voto útil e se beneficiar: postagens nas redes sociais incentivavam eleitores que não querem candidatos da esquerda no segundo turno a escolherem Covas.