Coletivo Ruínas ocupa Centro Cultural São Paulo com Mostra Antropo OBScênica

Mostra se espalha pelo “corpo arquitetônico” do Centro Cultural com exposição de fotos, exibição de documentário, conversas e duas peças de dança contemporânea

  • Data: 17/05/2022 09:05
  • Alterado: 17/08/2023 04:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: Coletivo Ruínas
Coletivo Ruínas ocupa Centro Cultural São Paulo com Mostra Antropo OBScênica

Mostra Antropo Obscênica-Coletivo Ruínas

Crédito:Divulgação

Você está em:

Entre 18 de maio e 5 de junho, o Centro Cultural São Paulo acolhe a Mostra Antropo OBScênica”, que reúne trabalhos artísticos criados e produzidos pelo Coletivo Ruínas, durante a realização do projeto Residência OBScênica, centrado na investigação de dança em sítios de demolição de casas para construção de altos edifícios, com a intenção de gerar paisagens sensoriais para motivar a  desnaturalização da voracidade com que as ações humanas alteram radicalmente a natureza dos lugares e os elos entre corpos e ambientes.

A abertura, no dia 18 (quarta-feira), às 19h, acontece no hall principal, com a exposição “corpo-cardume”, uma seleção expressiva de imagens clicadas pela arquiteta e fotógrafa Inês Bonduki, que acompanhou as ações nos lugares por onde o projeto Residência OBScênica passou, revelando a efemeridade e a natureza das transformações topográficas nos territórios da cidade. Na sequência, a professora e urbanista Raquel Rolnik compartilha com o público as vivências e investigações que a motivaram na escrita do livro “Guerra dos Lugares – A Colonização da Terra e da moradia na era das finanças”, fruto de sua atuação como relatora especial da ONU para o Direito à Moradia Adequada.

Fixadas no teto e impressas em formato de bandeiras, as fotos da exposição sintetizam a experiência de um corpo-cardume em deslocamento pelo território e ressaltam a tímida escala dos corpos humanos nos ambientes por onde atravessam. Nela, a individualidade de cada corpo, na sutileza de seus gestos e expressões, se dilui na consonância do movimento coletivo.

No sábado (21/5), das 14h às 17h, na Sala Jardel Filho, as dançarinas que participaram da residência artística do projeto, “Plasticidade Destrutiva e Ecologia”, irão compartilhar os procedimentos de criação das intervenções em lugares de ruínas de residências urbanas, que serviram como disparadores de toda a pesquisa e encontro do Coletivo Ruínas. Num exercício performativo, o público será conduzido por uma caminhada pelo CCSP, de modo a ativar memórias, histórias e emoções pessoais e coletivas.

A instalação performativa de dança contemporânea, “Corpo Crustáceo” ocupa a Sala Ademar Guerra, nos dias 25, 26 e 27/5 (quarta a sexta), sempre às 21h. Num espaço-tempo dilatado, esculpido pela escuta sensível de um corpo vivente sob 400 quilos de pedras, brotam micromovimentos que, misturados a texturas e ruídos hiper-realistas, conduzem a uma sucessão de paisagens sensoriais, que provocam múltiplas nuances de reflexão sobre aspectos de intersecção do humano e da Terra. O trabalho foi indicado ao prêmio APCA/21, nas categorias ‘Interpretação’ e ‘Iluminação’.

“A língua dos restos”, vídeo-documentário construído a partir de imagens dos processos de criação do Coletivo Ruínas durante o projeto, tem exibição de estreia na quinta-feira (2/6), às 18h, na Sala Lima Barreto. Com direção de Rafael Frazão e captação de imagens de Gideoni Júnior e Inspiração 6, a câmera acompanha as ações do coletivo sondando a potência do resto, do escombro e das coisas que seguem existindo, apesar do fim dos seus mundos.

O Coletivo Ruínas encerra a Mostra com a peça multimídia de dança contemporânea “Terra”, que alerta para a impotência do corpo frente às forças de dominação do solo e do planeta pelo ser humano e o poder do capital, em apresentações nos dias 3, 4 e 5/6 (sexta e sábado, 21h; domingo, 20h), na Sala Ademar Guerra. A partir de uma dança de embate, de tremores, repouso, desmoronamentos, perfurações, rasgos e irrupções – relações simbolicamente atreladas a forças geofísicas orgânicas e inorgânicas –, numa teia compositiva de criação simultânea com a música e o audiovisual, brotam paisagens sensoriais, que sugerem narrativas de transformação da terra.

A Mostra Antropo OBScênica finaliza projeto contemplado pela 29ª edição do Programa de Fomento à Dança para a cidade de São Paulo.

Serviço

Mostra Antropo OBScênica – Coletivo Ruínas

De 18/5 a 5/6

Centro Cultural São Paulo

Rua Vergueiro, 1000 – Paraíso

Dia 18/5 (qua), às 19h – Hall Principal

Exposição “corpo-cardume” – Fotos: Inês Bonduki

Abertura – Raquel Rolnik + bate-papo

Dia 21/5 (sáb, das 14h às 17h) – Sala Jardel Filho

“Plasticidade Destrutiva e Ecologia” – Compartilhamento da residência artística + exercício performativo

De 25 a 27/5 (qua,qui,sex, às 21h) – Sala Ademar Guerra

“Corpo Crustáceo” – instalação coreográfica – Michele Carolina

Dia 02/6 (qui, às 18h) – Sala Lima Barreto

“A língua dos restos” (documentário) – Dir: Rafael Frazão

De 03 a 05/6 (sex e sáb, 21h; dom., 20h) – Sala Ademar Guerra

“Terra” – peça multimídia de dança contemporânea – Michele Carolina

Todas as ações são abertas ao público

Compartilhar:

  • Data: 17/05/2022 09:05
  • Alterado:17/08/2023 04:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: Coletivo Ruínas









Copyright © 2024 - Portal ABC do ABC - Todos os direitos reservados