Cidade de SP antecipa 5 feriados, altera rodízio e abre ‘hospitais de catástrofe’
O prefeito Bruno Covas anunciou hoje (18), que o município irá antecipar cinco feriados municipais riar um "feriadão" no qual os trabalhadores da capital paulista poderão ficar em casa.
- Data: 18/03/2021 13:03
- Alterado: 18/03/2021 13:03
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Bruno Covas anuncia medidas para a cidade e São Paulo para enfrentamento da covid
Crédito:Reprodução
Covas disse ter conversado com o governador do Estado, João Doria (PSDB), para que o Estado avalie antecipar os feriados estaduais, em especial o de 9 de julho. O prefeito afirmou reconhecer que as medidas têm implicações para além do município e reforçou que a capital enfrenta “a fase mais grave” da pandemia. “As restrições não são de esquerda ou direita, são regras que a ciência recomenda”, disse.
De acordo com o prefeito, os feriados – 2 de 2021 e três de 2022- serão antecipados para entre sexta-feira (26) até quinta-feira (1º) e se juntarão ao feriado nacional da Sexta-Feira Santa (2) e fim de semana (3 e 4). Entre as medidas, há novo horário de rodízio na cidade de São Paulo, das 20h até 5h, a partir da segunda-feira (22). Permanecem as mesmas datas e placas.
Covas anunciou também a abertura de 640 leitos na cidade de São Paulo para atendimento a pacientes da covid-19. Segundo o prefeito, a capital está com taxa de ocupação de 88% dos seus leitos de UTI e hoje, tem fila de 475 pessoas aguardando vaga.
‘Hospitais de catástrofe’
O secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, anunciou também a abertura de dois “hospitais de catástrofe” na cidade, direcionados ao tratamento de pacientes com covid-19. Eles serão implementados nas próximas 24 horas em Jabaquara, zona sul (100 leitos de UTI e 260 de enfermaria), Itaquera, zona leste (130 leitos de UTI e 50 de enfermaria) e na Vila Maria, na zona norte de São Paulo.
“Estamos com 88% de ocupação dos leitos de UTI. Infelizmente, tivemos o primeiro caso, que aconteceu na zona leste da cidade de São Paulo, de uma pessoa falecer sem conseguir atendimento na cidade. A gente vê colapsando o sistema de saúde”, afirmou Covas.
O paciente tinha 22 anos e morreu no Pronto Atendimento São Mateus II (zona leste) no último dia 13, após a unidade solicitar uma transferência por meio da Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde (CROSS), da Secretaria de Estado da Saúde.
Covas disse ainda que a cidade tem a mesma quantidade de leitos do momento mais crítico da pandemia no ano passado, mas com taxa de letalidade menor, pois os profissionais de saúde, segundo Covas, estão mais preparados para fazer o atendimento dos pacientes com covid-19.
Em coletiva de imprensa online, Covas apontou que, “se todos colaborarem, nos próximos dias vamos reverter a curva”, tal qual em 2020, em que houve mais de 60% de isolamento social na cidade durante período de antecipação de feriados. O prefeito ainda ressaltou a campanha de imunização na cidade de São Paulo que, segundo ele, tem tido efeito sensível nos índices epidemiológicos entre a população de 85 anos.
Covas ressaltou que a Prefeitura está em negociação para a compra de vacinas com empresas de forma individualizada e disse esperar que o governo federal possa ampliar “ainda mais” a compra das vacinas. “Enfrento uma doença e luto para estar vivo; queria que cada um pensasse também”, afirmou o prefeito.
De acordo com Covas, deve ser aprovado nesta sexta-feira (19) um montante de R$ 500 milhões entre a Caixa Econômica Federal e a prefeitura para iniciar, a partir de semana que vem, pagamento de auxílio emergencial na cidade. Os benefícios iriam abranger os meses de março, abril e maio.
Promotoria
Diante do grave cenário do Estado e na capital, a Promotoria de Justiça de Direitos Humanos solicitou esclarecimentos à Prefeitura e ao governo do Estado em relação às medidas adotadas para conter o avanço do vírus, com questionamentos sobre quais critérios estão sendo usados como base para não adotar o lockdown e as medidas tomadas para conter o contágio no transporte público.
Mortes por falta de leitos
Levantamento da reportagem apontou que ao menos 90 pacientes com covid-19 já morreram na fila por vaga em hospital no Estado de São Paulo neste mês. Os dados são de 25 municípios.