Casos de Covid aumentam 83,2% no estado de SP após o Carnaval

De 11 a 17 de fevereiro, foram registrados 4.289 casos (ou uma média de 612 por dia).

  • Data: 29/02/2024 15:02
  • Alterado: 29/02/2024 15:02
  • Autor: Redação
  • Fonte: FolhaPress/Patrícia Pesquini
Casos de Covid aumentam 83,2% no estado de SP após o Carnaval

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Os casos de Covid aumentaram 83,2% no estado de São Paulo após o Carnaval, segundo dados da plataforma SP Covid-19 InfoTracker, coordenada pelo pesquisador Wallace Casaca.

De 11 a 17 de fevereiro, foram registrados 4.289 casos (ou uma média de 612 por dia). Na semana seguinte, de 18 a 24 de fevereiro, o número de infecções subiu para 7.861 (média de 1.123 por dia).

De 25 a 28 de fevereiro, houve 6.969 confirmações da doença, cerca de 1.742 casos por dia.

“O estado vive hoje um surto generalizado de Covid, que tem levado muitas pessoas em diversos municípios a procurarem ajuda profissional no diagnóstico e, nos casos mais severos, suporte hospitalar”, afirma Casaca.

De acordo com ele, as novas infecções foram impulsionadas pelas aglomerações recentes e pela circulação de subvariantes da ômicron mais transmissíveis. “Embora cada região tem vivido um momento distinto em termos de escalada de casos, tal aumento tem se mostrado rápido e generalizado. Quando olhamos o consolidado do estado, ainda estamos enfrentando uma fase delicada da doença. Essa situação não é exclusiva de São Paulo. Ocorre também em outros estados, sobretudo em capitais”, disse.

A plataforma foi criada por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) e da Unesp (Universidade Estadual Paulista) para acompanhar a evolução da pandemia da Covid e tem apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

Para Evaldo Stanislau de Araújo, infectologista do Hospital das Clínicas de São Paulo, a diminuição dos casos depende do comportamento da população e do vírus.

“Dá para dizer que, mesmo que aumente mais uma ou duas semanas, a tendência, em curto prazo, é que a gente volte para um patamar mais basal, por conta do fim do Carnaval”, diz Araújo.

“Esse aumento de casos reflete primeiro a variante JN.1, que predomina no país e é diferente das [demais] variantes que circularam. Ela teve início no Brasil pela região Nordeste e veio descendo. Então, o espalhamento da JN.1 explica esse aumento de casos, potencializado pela aglomeração do Carnaval, um momento de grande fluxo de pessoas de diferentes regiões”, explica o infectologista.

Segundo o especialista, ao observar o padrão de ondas anteriores, percebe-se que depois de um pico, a tendência é retornar ao patamar normal após a diminuição da circulação de pessoas e também a redução de pessoas ainda suscetíveis a novas infecções por imunidade natural.

Araújo orienta o uso de máscaras em serviços de saúde por profissionais e pacientes, em ambientes fechados e aglomerados, como no transporte público.

“E qualquer pessoa com sintoma respiratório, dos mais brandos aos mais graves —como incômodo na garganta, nariz escorrendo, tosse ou tudo junto— tem a obrigação moral de usar máscara, reforça Araújo.

A vacinação é outra recomendação importante. A vacina continua sendo eficaz contra os casos graves e as mortes, mesmo com a circulação de novas variantes.

“Os processos de aquisição da vacina atualizada com proteção contra as novas variantes já estão bem avançados e muito em breve o Brasil também deverá disponibilizar”, comenta o infectologista.

Ele ressalta a importância da testagem e do tratamento. “Não negligenciem a busca pelo teste. Se você tem um sintoma, por menor que seja, é para fazer o teste. Pode ser o de farmácia, pode ser o de laboratório, mas é para testar. E se esse teste vier negativo, a recomendação é a repetição em 48 horas, porque hoje o comportamento do vírus é um pouquinho diferente. Às vezes, as cargas virais não são tão grandes ou demoram mais para aumentar”, explica.

De acordo com o infectologista, para pessoas no grupo de risco, se houver a confirmação do caso, eles podem buscar tratamento com o antiviral Paxlovid, da Pfizer, que reduz o risco de hospitalização.

A droga está disponível pelo SUS (Sistema Único de Saúde) para idosos com 65 anos ou mais e pessoas imunossuprimidas com mais de 18 anos e que têm diagnóstico confirmado para o Sars-CoV-2. O paciente deve estar entre o primeiro e quinto dia de sintomas e ter quadro clínico leve ou moderado.

O medicamento também pode ser adquirido nas farmácias e na rede privada.

REDE DE HOSPITAIS VÊ HOSPITALIZAÇÕES POR COVID DOBRAREM

O número de internações de pacientes com Covid em hospitais de Rede D’Or, a maior rede de hospitais privados do país, mais que dobrou em fevereiro na comparação com o mês anterior.

Na última segunda-feira (26), 207 pessoas estavam hospitalizadas. Em 25 de janeiro, eram 83, o que representa um aumento de 149% na comparação entre os períodos. O levantamento leva em conta 69 hospitais em 13 estados e no Distrito Federal.

De 18 a 24 de fevereiro, a média de pacientes internados por dia cresceu 10% em relação à semana anterior. A maioria das internações por Covid está concentrada nos hospitais dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

“Os casos são, na maioria, leves, com indicação de tratamento domiciliar e isolamento. As internações são predominantemente de pessoas não vacinadas, ou de idosos e pacientes que têm comorbidades”, afirma David Uip, diretor nacional de Infectologia da Rede D’Or e reitor do Centro Universitário FMABC (Faculdade de Medicina do ABC).

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  • Data: 29/02/2024 03:02
  • Alterado:29/02/2024 15:02
  • Autor: Redação
  • Fonte: FolhaPress/Patrícia Pesquini









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