Casal é indiciado por racismo no Rio após imitar macacos em roda de samba

Indiciamento por racismo no Dia da Consciência Negra reforça luta contra desigualdade e urgência por justiça no Brasil

  • Data: 20/11/2024 17:11
  • Alterado: 20/11/2024 17:11
  • Autor: Redação
  • Fonte: Agência Brasil
Casal é indiciado por racismo no Rio após imitar macacos em roda de samba

Crédito:Reprodução internet

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Um casal composto por indivíduos brancos, capturado em vídeo imitando gestos de macacos durante uma roda de samba no Rio de Janeiro, foi formalmente acusado de racismo pela Polícia Civil. O indiciamento ocorreu na quarta-feira (20), data em que se celebra o Dia da Consciência Negra.

O episódio ganhou destaque após a jornalista Jackeline Oliveira denunciar o comportamento racista à polícia, fornecendo imagens registradas em 19 de julho, na Praça Tiradentes, uma área conhecida por sua vida noturna no centro da capital carioca.

A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) está conduzindo a investigação, que inclui as gravações e depoimentos colhidos. Os acusados, ambos professores — um brasileiro e uma argentina — foram interrogados como parte do processo investigativo.

O inquérito concluiu que o gesto associado ao ato imita negativamente pessoas negras, reavivando estigmas racistas históricos onde comparações entre negros e macacos eram utilizadas para desumanizar e segregar. Destaca-se ainda que tais comportamentos, mesmo sob a alegação de serem “brincadeiras”, têm o potencial de perpetuar desigualdades sociais e traumas emocionais, reforçando a necessidade urgente de conscientização pública sobre os danos causados por essas ações.

Com o inquérito finalizado, o relatório será submetido ao Ministério Público para possível apresentação de denúncia judicial. A Polícia Civil esclareceu que as investigações começaram prontamente após a denúncia e envolveram análise minuciosa das evidências audiovisuais e depoimentos de testemunhas e dos próprios envolvidos. A demora de quatro meses para o indiciamento foi justificada como habitual nesse tipo de caso, envolvendo procedimentos técnicos como a análise das imagens e coleta de depoimentos internacionais. Ressaltou-se que a conclusão no Dia da Consciência Negra não possui correlação com a data comemorativa.

Jackeline Oliveira/Arquivo pessoal

Para Jackeline Oliveira, o indiciamento neste feriado nacional simboliza uma esperança renovada por justiça. Ela destacou que avanços contra o racismo são frutos de esforços coletivos e reafirmou seu compromisso em lutar por equidade.

“O processo demorou quatro meses para chegar ao Ministério Público, mas acredito firmemente que a justiça prevalecerá”, declarou à Agência Brasil.

O crime de racismo no Brasil é tratado com seriedade, sendo inafiançável e imprescritível, com penas que podem variar entre dois a cinco anos de reclusão. Jackeline expressa seu desejo de que esse caso encoraje mais vítimas a denunciarem atos de preconceito e discriminação racial.

“Historicamente, pessoas negras não foram incentivadas a defender seus direitos ou registrar denúncias. É crucial hoje exigir que nossas leis assegurem nosso direito ao bem viver”, afirmou.

Ela conclui com um apelo às vítimas: “Denunciem! Não se silenciem, pois quanto mais nos manifestamos, mais garantimos voz para nossa geração.”

A Agência Brasil não obteve resposta da defesa do casal indiciado até o fechamento desta reportagem.

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  • Data: 20/11/2024 05:11
  • Alterado:20/11/2024 17:11
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  • Fonte: Agência Brasil









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