Caos na Copa América gera pressão da Fifa em Miami sobre Mundial de Clubes
O caos na área externa atrasou o jogo, gerou invasão, gente machucada e uma imagem que a Fifa não quer repetir quando for a vez dela de organizar competições nos Estados Unidos
- Data: 17/07/2024 10:07
- Alterado: 17/07/2024 10:07
- Autor: Redação
- Fonte: Igor Siqueira/UOL/Folhapress
Crédito:Rovena Rosa/Agência Brasil
A Fifa viu em primeira mão a confusão que aconteceu na final da Copa América. E Miami está na berlinda em relação à inclusão do estádio Hard Rock Stadium no Mundial de Clubes de 2025. Essa é a informação que vem do escritório da Fifa nos Estados Unidos, segundo o UOL apurou.
O secretário-geral da entidade, Mattias Grafstrom foi um dos dirigentes que estavam na partida entre Argentina e Colômbia, que teve um caos na entrada por causa da falta de barreiras para quem não tinha ingresso.
Grafstrom ficou no estádio até umas 3h (no horário local), segundo relatos de pessoas do alto escalão da Conmebol.
No dia seguinte à decisão, a Fifa fez contato com os interlocutores da cidade sobre a organização dos jogos. A aí veio a ameaça, segundo informação que transita no alto escalão da Conmebol: se o cenário e a operação apresentados na final da Copa América não forem alterados, Miami pode fica fora do Mundial de Clubes.
Em nota, o Hard Rock Stadium se defendeu após as críticas públicas da Conmebol e disse que “implementou e, excedeu em muitos casos, as recomendações de seguranças da Conmebol ao longo do torneio e da final”.
A administração do estádio ainda acrescentou que “como fazemos após grandes eventos, vamos avaliar os protocolos e processos aplicados em todos os aspectos da operação do estádio”.
EXPECTATIVA POR ANÚNCIO
A pressão da Fifa se dá em um momento em que a entidade ainda não anunciou as sedes do torneio do ano que vem. Miami, inicialmente, era vista como uma das sedes naturais.
O Mundial é a grande aposta da Fifa para se catapultar como organizadora do torneio de clubes, rivalizando com a Uefa e gerando receitas relevantes com ele.
Miami e o Hard Rock Stadium já estão no roteiro da Copa do Mundo 2026.
Diferentemente do que aconteceu na final da Copa América, o padrão Fifa -e até mesmo da Conmebol- para jogos de grande porte é fazer o anel de segurança ao redor do estádio.
Na final da Copa América, o esquema de segurança estava a cargo das autoridades locais e da administração do estádio -nos EUA, as arenas foram cedidas à Conmebol só para o jogo, sem antecedência de semanas ou ingerência na operação de setores como segurança e catracas.
O Hard Rock Stadium alegou que “trabalhou de forma colaborativa com Conmebol, Concacaf e as agências locais de aplicação da lei na segurança, tanto antes quanto durante a Copa América”. A gestão do estádio disse ainda que “as agências se encontraram regularmente, incluindo os briefings diários de segurança ao longo do mês da competição”.
A posição da Fifa foi vista na Conmebol como um reforço de que a entidade sul-americana não tinha responsabilidade direta pelo caos antes do jogo.
Contratualmente, o estádio deveria dialogar com a Concacaf a respeito da operação do entorno e acesso à arena.
Entre os clubes brasileiros, já estão confirmados no Mundial de Clubes Flamengo, Palmeiras e Fluminense, campeões das últimas edições da Libertadores.