Cantor sertanejo é preso por fraude de streams no Spotify
Ronaldo Torres de Souza, cantor sertanejo, é acusado de criar perfis falsos no Spotify para obter royalties ilícitos, prejudicando artistas e gerando prejuízo milionário
- Data: 22/01/2025 15:01
- Alterado: 22/01/2025 15:01
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: MP
O cantor sertanejo Alex Ronaldo
Crédito:Reprodução/YouTube
Uma operação conduzida pelo Ministério Público (MP) resultou na prisão de Ronaldo Torres de Souza, conhecido popularmente como Alex Ronaldo, um cantor sertanejo de 46 anos, natural de Passo Fundo (RS), por sua participação em um esquema sofisticado de fraude musical no Spotify. O indivíduo foi detido preventivamente no dia 5 de dezembro de 2024, marcando um episódio inédito na indústria musical brasileira, onde um artista do gênero sertanejo é acusado de crimes relacionados à manipulação de plataformas de streaming.
O modus operandi do golpe envolvia a criação de perfis fictícios na plataforma Spotify. De acordo com as investigações, Ronaldo estabeleceu um total de 209 perfis falsos, utilizando documentos fraudulentos para vincular suas contas a um PIX pessoal. Dessa forma, ele conseguia obter royalties gerados pelas reproduções das músicas que não lhe pertenciam.
Golpe milionário: prejuízo e manipulação com IA
Os números são alarmantes: o esquema criminoso acumulou cerca de 28 milhões de reproduções, resultando em um prejuízo estimado em R$ 6 milhões para compositores legítimos. Entre os artistas afetados estava Murilo Huff, que teve suas obras utilizadas sem qualquer autorização.
Adicionalmente, as autoridades descobriram que o uso de Inteligência Artificial (IA) para a criação das faixas tornava a fraude ainda mais complexa e desafiadora para a detecção por parte dos órgãos competentes. Essa tecnologia possibilitou que Ronaldo manipulasse a produção musical com maior eficiência, tornando as faixas fraudulentas mais difíceis de serem identificadas como falsas.
A “fazenda de streams” e o confisco de bens
A operação também revelou que Ronaldo operava uma verdadeira “fazenda de streams” em uma mansão luxuosa situada em Pernambuco. O local era equipado com diversos computadores projetados para reproduzir incessantemente as músicas fraudulentas, potencializando o número de streams e, consequentemente, os lucros ilícitos.
No decorrer da apreensão dos bens, mais de R$ 2,3 milhões foram confiscados, incluindo imóveis, veículos de alto valor e equipamentos eletrônicos utilizados na execução do crime. Apesar da gravidade das acusações e do impacto negativo sobre a indústria musical, Ronaldo foi liberado após a prisão preventiva e optou por não se manifestar sobre os detalhes do caso até o momento.