Candidato de Marçal gastou R$ 3 por voto
'Ungidos' de Milton Leite, gastam mais de R$ 50
- Data: 07/10/2024 17:10
- Alterado: 07/10/2024 17:10
- Autor: Redação
- Fonte: Thiago Bethônico/Folhapress
Pablo Marçal (PRTB)
Crédito:Divulgação
Com 58 mil votos recebidos, Rodrigo Goulart (PSD) foi o vereador eleito que teve o maior gasto por voto na corrida pelo legislativo de São Paulo. Cada eleitor conquistado custou R$ 72,88 para o candidato, que teve a campanha mais cara da capital paulista, com R$ 4,2 milhões arrecadados.
A despesa por voto de Goulart é 2,5 vezes maior que a média dos vereadores eleitos, que ficou em R$ 28,10. É também 25 vezes superior à proporção atingida por Sargento Nantes (PP), policial militar que colou em Pablo Marçal (PRTB) nas ruas e nas redes sociais durante a campanha.
Com 610 mil seguidores no Instagram e sempre vestindo um boné com a letra “M”, o estreante teve a campanha mais “barata” da capital paulista, gastando R$ 2,89 por eleitor conquistado. Ele foi o quarto mais votado, com 112 mil votos, e teve receita de R$ 325 mil.
Entre as campanhas mais caras estão também os três nomes que contaram com o apoio de Milton Leite, atual presidente da Câmara Municipal, nas eleições deste ano. Silvinho, Silvão Leite e Pastora Sandra Alves (todos do União Brasil) gastaram R$ 69,24, R$ 56,90 e R$ 54,83 para cada voto recebido, respectivamente.
O cálculo de custo por desempenho nas urnas é feito pela razão entre a receita arrecadada na campanha e o número de votos recebidos. Os valores efetivamente gastos pelos candidatos só serão conhecidos após a prestação de contas feita junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Veterinário, Rodrigo Goulart está hoje em seu segundo mandato como vereador e foi uma das principais apostas do PSD, partido de Gilberto Kassab, para o legislativo municipal.
Filho do ex-vereador e ex-deputado federal Antônio Goulart, ele foi relator de revisões da legislação urbanística da cidade e é um dos cotados para suceder Milton Leite na presidência da Câmara de São Paulo, que pela primeira vez em 30 anos não concorreu.
Goulart trabalha pela reeleição de Ricardo Nunes (MDB) e, em entrevista à Folha feita em agosto, disse que fará parte da base do atual prefeito no legislativo da capital. Caso não seja o escolhido pela base para concorrer à presidência da Casa, ele afirmou que não se colocará contra o nome de consenso.
Já Silvinho, Silvão Leite e Pastora Sandra foram os “ungidos” de Milton Leite na corrida eleitoral de 2024. Não só tiveram os maiores custos por voto, como também ocupam o topo da lista no quesito campanhas mais ricas da capital paulista.
Sandra é vereadora em Boituva (SP) e foi uma aposta do União Brasil entre os evangélicos por transitar em diversas igrejas. Silvão era chefe de gabinete de Leite e presidente da escola de samba Estrela do Terceiro Milênio, do Grajaú (zona sul).
Já Silvinho era chefe de gabinete da Subprefeitura de M’Boi Mirim, região onde o patriarca dos Leite nasceu, cresceu e fincou sua base política.
Na parte de baixo da tabela, a segunda campanha mais barata ou “eficiente” foi a da travesti e ativista de direitos humanos Amanda Paschoal, apoiada pela deputada federal Erika Hilton (PSOL), de quem foi assessora. Ela foi a quinta mais votada na capital paulista, com 108 mil votos, e “gastou” R$ 5,57 por eleitor.
Já o influenciador bolsonarista Lucas Pavanato (PL), vereador mais votado, teve a terceira campanha com menor despesa por eleitor: R$ 6,68. Acumulando mais de 1,3 milhão de seguidores só no Instagram, ele recebeu 160 mil votos e vai assumir um lugar na Câmara Municipal pela primeira vez.