Campos Neto: “Petrobras repassa preços muito rápido”
Segundo Roberto Campos Neto, a estatal mexe nos preços dos combustíveis mais rápido do que outros países. “Nunca houve tantos choques de inflação em período tão curto no Brasil”
- Data: 14/09/2021 17:09
- Alterado: 14/09/2021 17:09
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Marcelo Camargo / Agência Brasil
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira, 14, durante o evento MacroDay 2021, do BTG Pactual, que o efeito da alta de commodities no Brasil em meio à recuperação global do choque da pandemia de covid-19 foi maior e mais rápido no Brasil e que agora começa a se disseminar em outros países. “A Petrobras repassa preços muito mais rápido do que ocorre em outros países”, disse, ao justificar o efeito da alta de commodities (produtos básicos, incluindo petróleo) na inflação brasileira.
Campos Neto participou nesta terça do evento MacroDay 2021, do BTG Pactual.
O presidente do BC afirmou que nunca houve tantos choques de inflação em um período tão curto no Brasil, destacando as altas nos preços de alimentos, energia elétrica e combustíveis. Campos Neto reconheceu que a inflação em 12 meses tem rodado bem acima da meta e disse que o BC tem observado os núcleos para verificar a disseminação. Segundo o presidente do BC, já era esperado o aumento de serviços e reajustes mais fortes em componentes que foram represados.
Campos Neto ainda repetiu que as expectativas de inflação para 2021 e 2022 estão subindo e que o BC está avaliando as diferenças entre as previsões do mercado e do Copom e destacou que a inflação brasileira também foi muito influenciada por fatores climáticos, para além da crise hídrica. “Tivemos onda de calor, depois geadas, depois problemas de chuva.” Também frisou que a taxa básica de juros será levada onde for preciso para alcançar a meta de inflação. “Vamos levar a Selic aonde precisar, mas não vamos reagir sempre a dados de alta frequência”, disse.
Depois da surpresa negativa do IPCA de agosto (0,87%), o mercado passou a considerar um aumento entre 1,25 e 1,50 ponto porcentual na Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nos dias 21 e 22 deste mês, o que seria uma aceleração do passo ante a última reunião, quando houve alta de 1 ponto.