Caixa eleva taxas de financiamento imobiliário para até 12% ao ano

Reajuste impacta contratos fora do Minha Casa, Minha Vida e reflete alta da Selic, dificultando acesso à casa própria.

  • Data: 07/01/2025 19:01
  • Alterado: 07/01/2025 19:01
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: FOLHAPRESS
Caixa eleva taxas de financiamento imobiliário para até 12% ao ano

Crédito:Agência Brasil

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A Caixa Econômica Federal anunciou um reajuste nas taxas de financiamento imobiliário, que agora variam de 8,99% para até 10,99% ao ano em contratos fora do programa Minha Casa, Minha Vida. As novas taxas, válidas desde 2 de janeiro, foram justificadas como consequência de “fatores mercadológicos”.

Para linhas de crédito atreladas à Taxa Referencial (TR), os juros podem alcançar 12% ao ano, com prazo de financiamento de até 420 meses. Já para financiamentos com base na poupança Caixa, as taxas subiram para a faixa entre 4,12% e 5,06%, enquanto anteriormente variavam de 3,10% a 3,99%.

Além disso, as linhas de crédito indexadas ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário) registraram variações de 114% a 120% do CDI, com prazo máximo de pagamento de 360 meses.

A Caixa afirmou que a definição das taxas é baseada em uma análise que considera os cenários mercadológico e conjuntural, além de seguir diretrizes prudenciais de crédito.

Minha Casa, Minha Vida e FGTS

Os financiamentos vinculados ao FGTS e enquadrados no Minha Casa, Minha Vida não sofreram alterações. As taxas continuam entre 4% e 8,16%, atendendo famílias com renda bruta de até R$ 8.000.

Mesmo assim, a decisão da Caixa segue um movimento iniciado por bancos privados como Itaú, Santander e Bradesco, que também aumentaram suas taxas no final de 2024.

Impactos da Selic

O aumento contínuo da taxa Selic pelo Copom influenciou diretamente o custo do crédito imobiliário. A taxa básica, usada para controlar a inflação, está em dois dígitos, tornando o financiamento da casa própria mais caro.

Com a Selic alta, a poupança, principal fonte de recursos para o crédito imobiliário, perde atratividade para outros investimentos, resultando em saques que reduzem os recursos disponíveis para financiamento.

Além disso, compradores enfrentam redução no teto de financiamento e menor oferta de recursos na linha Pró-Cotista, prevista para 2025. Essa modalidade, vinculada ao FGTS, oferece juros mais baixos, mas sua diminuição pode dificultar ainda mais o acesso à casa própria.

Crescimento no setor em 2024

Apesar das dificuldades, o setor imobiliário apresentou crescimento em 2024, impulsionado pela redução da Selic no início do ano, de 13,75% para 10,75%. Os financiamentos saltaram de R$ 12,9 bilhões em março para R$ 15,7 bilhões em abril, atingindo um pico entre julho e outubro, com montantes superiores a R$ 18 bilhões.

Contudo, novembro registrou queda de 17,4%, com financiamentos somando R$ 14,9 bilhões, segundo a Abecip. Apesar disso, o ano encerrou com alta no volume total financiado, consolidando o setor como uma importante alternativa de investimento.

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  • Data: 07/01/2025 07:01
  • Alterado:07/01/2025 19:01
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