Cacau: agricultores de SP aumentam produção visando chocolate com maior valor agregado

Estado tem potencial para ser referência no setor, destacam especialistas em evento realizado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento

  • Data: 29/07/2023 13:07
  • Alterado: 29/07/2023 13:07
  • Autor: Redação
  • Fonte: Governo do Estado de São Paulo
Cacau: agricultores de SP aumentam produção visando chocolate com maior valor agregado

Crédito:Tomaz Silva/Agência Brasil

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A produção de cacau no estado de São Paulo vem passando por um processo de fortalecimento e valorização. E com o objetivo de alavancar esse cultivo, o governo paulista, por meio da Secretaria da Agricultura e Abastecimento, realizou nesta semana o Seminário Sobre a Cultura Cacaueira.

O evento inédito é uma ação do Programa Cacau SP e fruto do trabalho conjunto da pesquisa agropecuária e da extensão rural paulistas, através da Apta Regional, do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), do Instituto Agronômico (IAC) e da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), órgãos ligados à pasta.

O diretor da Apta Regional, Daniel Gomes, afirmou que diversas regiões paulistas têm demandado o desenvolvimento da produção do cacau, o que tem feito com que a secretaria trabalhe com um olhar diferenciado sobre essa cultura.

“Estamos levando em conta não só o histórico e o potencial da produção cacaueira, mas também a evolução de outras cadeias. O café, por exemplo, deixou de ser commodity e vem se despontando ao longo dos últimos anos por meio do fortalecimento da produção nacional de cafés especiais. E para o cacau temos o mesmo olhar”, afirmou Gomes na abertura do seminário.

O diretor ainda lembrou que a junção com outras culturas “tem sido uma importante frente de ação, como a cultura do látex no oeste paulista”.

Foram temas das palestras e debates as variedades do cacau, as tecnologias para efetividade e produtividade em cacauicultura e o pós-colheita do cacau. Também foram discutidos os sistemas Cacau Cabruca, a qualidade da amêndoa e o processamento do chocolate.

A pesquisadora da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), Neyde Alice Bello Marques, explicou que, para a verticalização do cacau, é necessário ter amêndoas de qualidade para a fabricação de chocolates diferenciados com alto teor de cacau. “O produtor de cacau precisa buscar conhecimento para produzir variedades produtivas, resistentes ou tolerantes a doenças e pragas, e com sabor e aroma efetivo”, disse.

Ela ainda afirmou que o perfil do consumidor brasileiro está mudando, com a busca de produtos mais saudáveis e o chocolate com alto teor de cacau. “O Brasil tem a oferecer chocolates diferenciados intensos, conhecidos como ‘bean to bar’ (da amêndoa à barra), proporcionando um alimento nutritivo”, completou. Atualmente, o país é o 4º maior consumidor de chocolate no mundo.

O seminário foi realizado na última quarta-feira (26) no Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital/Apta), sob coordenação da Apta Regional e do Ital, órgãos da Secretaria, e da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio (Fundepag).

O evento contou com a parceria da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) e a Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), da Bahia, segundo maior produtor de cacau do Brasil, atrás somente do Pará, de acordo com o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2021.

Além do pesquisador Valdecir Luccas, do Centro de Tecnologia de Cereais e Chocolate (Cereal Chocotec) do Ital, fizeram apresentações e tiraram dúvidas especialistas da Bahia: Milton José da Conceição, extensionista da Ceplac, Dan Eric Lobão, pesquisador da Ceplac e professor da UESC, George Andrade Sodré, docente da UESC, e Neyde Alice Bello Marques, pesquisadora da Ceplac. Participaram da abertura do evento a diretora geral do Ital, Eloísa Garcia, e o diretor presidente da Fundepag, Alvaro Duarte.

George Sodré considerou importante a decisão do estado de SP em desenvolver a cacauicultura.  “Espero que em breve essa cultura não só ajude a formar novos produtores como, também, fomentar a cadeia de transformação de produtos da cacauicultura.”

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