Brasil é líder global em ansiedade e stress
Especialista em Comportamento, Fabiana Guntovitch diz que excesso de telas e automedicação podem piorar os sintomas
- Data: 28/01/2025 11:01
- Alterado: 28/01/2025 11:01
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria
Crédito:Divulgação/Unplash
Publicado no final do ano passado, o relatório global World Mental Health Day destaca o Brasil no quarto lugar na lista de países com maior nível de estresse. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a OMS, o país possui o maior número de pessoas ansiosas do mundo: em 2019, aproximadamente 18,6 milhões de brasileiros (9,3% da população) conviviam com o transtorno.
Para a psicanalista Fabiana Guntovitch, a ansiedade é uma reação natural a todos nós em alguma medida e reflete o ritmo acelerado e os desafios da vida moderna. “A ansiedade, apesar de estar normalizada na nossa sociedade, pode impactar negativamente na capacidade de reflexão, interação, decisão e relacionamentos, em todas as áreas da vida. A ansiedade está diretamente relacionada à gestão das emoções e à forma como significamos a vida, os outros e a nos mesmos”, afirma.
Fabiana também aponta o excesso de telas e a constante exposição ao mundo virtual como fatores que agravam a ansiedade. “O excesso de telas e de experiências no mundo virtual é um componente ansioso, que impacta o sistema de alerta do cérebro, especialmente quando repetidamente conectado com notícias e conteúdos negativos e alarmantes.”
Segundo a especialista, a ansiedade é uma emoção natural, mas que pode se tornar prejudicial em situações extremas. “A ansiedade é uma reação normal do ser humano. Todo mundo, em algum grau, sente ansiedade. Isso passa a ser um problema quando a frequência e a intensidade dessa emoção estão muito altas, a ponto de prejudicar”, diz ela, que alerta para os riscos da automedicação, prática adotada pela maior parte das pessoas. “Quando você toma medicação sem indicação médica, o que você está fazendo é anestesiar ou anular uma reação do seu corpo, a algo que está sendo significado como alarmante, ainda que não seja para tanto”, explica.
Fabiana reforça a importância de buscar ajuda profissional quando os sintomas ansiosos se tornam frequentes. “A gente deve procurar ajuda quando a gente percebe que os sintomas ansiosos como dificuldade de dormir, de se acalmar e a sensação de aperto no peito ou na garganta se tornam constantes. Ninguém é feliz o tempo todo, mas é preciso conseguir sentir paz interior na maior parte do tempo e nesse sentido, estar atento à se a percepção das situações estão exageradamente negativas ou catastróficas. Se você se identificar, é hora de procurar ajuda de um profissional”, diz. “O ser humano reage de maneiras diferentes diante de ameaças importantes, mas quando ficamos em estado de alerta de forma crônica e não pontual, o nível de ansiedade se eleva consideravelmente e impacta negativamente três importantes: a saúde física, a saúde mental, e os relacionamentos”, afirma a psicanalista.