Boulos nega emular Marçal contra Nunes

Deputado federal cita em sabatina Folha/UOL risco de 'milicianização' da política com eleição de Nunes, que não quis participar de entrevista

  • Data: 21/10/2024 14:10
  • Alterado: 21/10/2024 14:10
  • Autor: Redação
  • Fonte: Carlos Petrocilo Isabella Menon/Folhapress
Boulos nega emular Marçal contra Nunes

Guilherme Boulos (PSOL)

Crédito:Leandro Paiva/Divulgação

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O deputado federal e candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), voltou a prometer a divulgação de denúncias graves contra o prefeito Ricardo Nunes (MDB), mas negou emular a mesma estratégia adotada por Pablo Marçal (PRTB) ao longo da campanha do primeiro turno.

Ainda assim, ele admitiu buscar votos dos eleitores do influenciador e se emocionou ao falar da mãe.
O candidato do PSOL participa nesta segunda-feira (21) do segundo ciclo de sabatinas promovido por Folha de S.Paulo e UOL.

No fim de semana, após o debate promovido pela Record, ele disse que anunciaria na segunda-feira algo que nunca faria em uma campanha. Agora, afirmou que a divulgação será feita ao longo da semana em seus programas de televisão, a partir desta terça-feira (22).

Durante a sabatina, Boulos foi questionado se essa postura se espelhava às estratégias de Marçal, que, ao longo do primeiro turno, repetidas vezes disse que apresentaria provas de uso de drogas pelo psolista -o candidato do PRTB não só não o fez, como ainda publicou um laudo falso sobre o tema.

“Não é uma emulação [de Marçal]”, disse Boulos. “A gente precisa dialogar com a sociedade. As vezes, uma denúncia a mais, se você não chamar atenção para ela, [as pessoas podem pensar] ‘ah, mais uma'”, disse ele, que citou diversas polêmicas contra Nunes, como superfaturamento de compra de água no Carnaval ou comida para população de rua.

“Tudo que estou falando foi noticiado pela imprensa e possui dados aberto. Talvez, esse seja meu principal ponto divisor em relação a como eu acuso e como o Pablo Marçal me acusou, que inventou um laudo falso contra mim nas vésperas da eleição”, disse Boulos. “O que estou falando do Ricardo Nunes são fatos. Por isso, vamos separar o joio do trigo.”

O candidato afirmou também que a população pode ter se “anestesiado” diante um alto número de denúncias contra o adversário, que passou a “achar natural”.

O candidato foi questionado sobre como deve trabalhar para que o aborto legal seja realizado na cidade de São Paulo, uma vez que o serviço foi descontinuado no Hospital Nova Cachoeirinha.

Boulos chorou ao falar sobre o trabalho da mãe, que atua no atendimento às vítimas de violência sexual no Hospital das Clínicas e disse que prometeu a ela que, se eleito, vai cumprir a lei e fazer com o que o hospital volte a fazer o serviço de interrupção de gravidez previstos na Constituição.

Este deveria ser o papel de qualquer prefeito independente de ideologia. O Ricardo Nunes se alinha com Bolsonaro, interrompe por razões ideológicas, descumpre a lei. Temos um prefeito em São Paulo que, se a população não se atentar, tem chance de ser reeleito em São Paulo, mas que declarou em vídeo que Bolsonaro fez tudo certo na pandemia.”

O candidato do PSOL afirmou ainda que a presença do presidente Lula (PT) foi muito importante na sua campanha. “Sou extremamente grato e satisfeito pelo presidente Lula pelo compromisso que teve na nossa campanha, ele tem sido um cabo eleitoral de primeira hora para nos ajudar porque entende o que está em jogo em São Paulo e impacto que essa eleição tem para o Brasil”, afirmou.

Boulos voltou a falar que Nunes é “fraco”, apenas um “fantoche” e que seu adversário é o projeto do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que segundo o deputado federal, “quer utilizar a campanha como trapolim para 2026 para viabilizar a candidatura presidencial”.

“Tarcísio seria a expressão desse projeto. Eles botarem um fantoche na cidade de São Paulo é uma condição. Se eu ganhar, é muito difícil o Tarcísio viabilizar a candidatura presidencial dele”, disse o candidato.

Para ele, a eleição atual apresenta um risco de “uma quadrilha tomar conta de São Paulo” e de “milicianização” da política em São Paulo. Ele afirmou lamentar que as “pessoas não estão tendo a dimensão do risco que estamos correndo”.

A entrevista com o candidato foi conduzida por Diego Sarza, do UOL, com participação dos repórteres Flávio Costa (UOL) e Guilherme Seto (Folha de S.Paulo). Ela estava marcada inicialmente para as 12h, mas a equipe de Boulos solicitou a mudança devido a um atraso em agenda de campanha.

Boulos chegou ao segundo turno com 29,07% dos votos, pouco atrás do atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB).

Ex-coordenador nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Boulos foi candidato à Presidência em 2018 e, em 2020, disputou o segundo turno à Prefeitura de São Paulo, perdendo para o então prefeito Bruno Covas (PSDB).

Em 2022, foi o deputado federal mais votado em São Paulo, com mais de 1 milhão de votos.
O prefeito Ricardo Nunes foi convidado, mas não quis participar do ciclo de entrevistas.

Além do ciclo de sabatinas, Folha de S.Paulo, UOL e RedeTV! realizaram sabatina com Guilherme Boulos na última quinta-feira (17) após Nunes ter cancelado a participação a poucas horas do encontro.

Já foram sabatinados no segundo turno das eleições o prefeito e candidato à reeleição em Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), e o candidato à Prefeitura de Curitiba Eduardo Pimentel (PSD).

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  • Data: 21/10/2024 02:10
  • Alterado:21/10/2024 14:10
  • Autor: Redação
  • Fonte: Carlos Petrocilo Isabella Menon/Folhapress









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