Bolsonaristas pedem anistia em meio a críticas ao governo Lula e clima político tenso

Clima político se aquece em meio a cerimônias e divisões no Congresso.

  • Data: 08/01/2025 00:01
  • Alterado: 08/01/2025 00:01
  • Autor: redação
  • Fonte: Folhapress
Bolsonaristas pedem anistia em meio a críticas ao governo Lula e clima político tenso

Crédito:Marcelo Camargo/Agência Brasil

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Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reiteram a necessidade de anistia para aqueles que foram presos em decorrência dos ataques golpistas realizados nas sedes dos três Poderes em 8 de janeiro de 2023. Para esses defensores, os atos programados pelo presidente Lula (PT) são vistos como uma “cortina de fumaça” que encobre as dificuldades enfrentadas pela administração atual.

No dia 8 de janeiro, o Palácio do Planalto apresentará obras que foram danificadas e posteriormente restauradas, incluindo a famosa pintura “As Mulatas”, do artista Di Cavalcanti. A cerimônia contará com a presença de autoridades e culminará em um abraço simbólico entre militantes de esquerda na Praça dos Três Poderes.

Passados dois anos dos eventos de 8 de janeiro, os bolsonaristas continuam a sustentar que não houve uma tentativa real de golpe e que as prisões e penas impostas são injustas. Membros do PL, partido liderado por Bolsonaro, expressam confiança na possibilidade de que o projeto de anistia avance ainda neste ano, apesar da estagnação do tema no ano anterior.

O deputado Carlos Jordy (PL-RJ), líder da oposição na Câmara, criticou a estratégia do governo, afirmando que este busca desviar a atenção das falhas administrativas. “A inflação está alta, os juros disparando e os preços dos alimentos nas alturas. O governo parece mais preocupado em reviver o 8 de janeiro e criar uma narrativa de golpe”, afirmou.

É importante notar que Jordy foi alvo de investigações da Polícia Federal em janeiro de 2024, no contexto da Operação Lesa Pátria, que visa identificar indivíduos envolvidos no planejamento e financiamento dos ataques ocorridos em janeiro.

A avaliação entre os apoiadores de Bolsonaro é que o clima político se tornou menos tenso desde o relatório da Polícia Federal que recomendou o indiciamento de quase 40 bolsonaristas por suposta tentativa de golpe em 2022. Isso inclui também as repercussões do atentado com explosivos ocorrido em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) no último mês de novembro.

Os bolsonaristas depositam suas esperanças na candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB) à presidência da Câmara, acreditando que ele honrará compromissos feitos com dirigentes do PL para pautar a proposta de anistia. Contudo, mesmo os mais otimistas reconhecem que as chances de aprovação são escassas.

Marinho mencionou a pressão exercida pelo governo contra essa medida e as dificuldades potenciais para reunir votos suficientes no plenário. “O Parlamento é plural e deve buscar argumentos racionais para pacificar o país. Se o presidente não tem essa capacidade, o Congresso deve assumir essa responsabilidade”, declarou.

A ausência de Hugo Motta na cerimônia no Palácio do Planalto foi vista como um sinal positivo pelos deputados bolsonaristas. Motta tem construído alianças para sua candidatura à presidência da Câmara com apoio tanto do PT quanto do PL.

Por outro lado, deputados oposicionistas mais céticos consideram que a proposta enfrenta sérias dificuldades para prosperar e duvidam que Motta esteja disposto a se desgastar com o governo por essa causa.

No momento, não há planos claros para um ato da oposição em defesa dos presos; muitos acreditam que essa data não é favorável para eles. Marinho sugere até mesmo a necessidade de esquecer os eventos ocorridos em 8 de janeiro.

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  • Data: 08/01/2025 12:01
  • Alterado:08/01/2025 00:01
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