Bolsonaristas defendem anistia para unir o país e promover a paz política
O projeto de anistia, que busca “corrigir excessos” dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, enfrenta críticas e apoio, com STF defendendo a punição dos responsáveis para garantir a ordem legal
- Data: 14/11/2024 11:11
- Alterado: 14/11/2024 11:11
- Autor: Redação
- Fonte: Folha
Manifestantes invadiram o Congresso, STF e Palácio do Planalto
Crédito:Marcelo Camargo/Agência Brasil
Após um incidente envolvendo uma explosão em frente ao Supremo Tribunal Federal, o debate sobre o projeto de anistia aos condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro tornou-se mais intenso. Defensores da proposta, especialmente aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, argumentam que a medida é crucial para “corrigir excessos” e promover a “pacificação nacional”.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, expressou ceticismo quanto à possibilidade de pacificação sem a devida punição dos envolvidos em crimes. Ele destacou que responsabilizar os culpados é essencial para a manutenção da ordem legal.
O projeto, inicialmente proposto pelo ex-deputado Vitor Hugo (PL-GO), foi modificado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. As alterações preveem anistia para todos os envolvidos em ações com motivações políticas ou eleitorais, abrangendo desde doações e apoio logístico até publicações em redes sociais realizadas entre 8 de janeiro de 2023 e a data de vigência da lei.
Além disso, a versão revisada do projeto estende a anistia a participantes de eventos relacionados antes ou depois do dia 8 de janeiro, desde que estejam correlacionados com os ataques. O projeto aguarda agora a formação de uma comissão especial para discussão aprofundada, conforme anunciado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
A deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) defende que a anistia é essencial para acalmar o clima político do país. Ela critica as penas que considera desproporcionais e ressalta que a percepção de injustiça está clara na sociedade. Segundo Zanatta, insistir em penalidades severas pode comprometer o bem-estar mental coletivo.
Sem mencionar nomes específicos, a deputada alerta sobre o risco de alguns utilizarem o episódio como justificativa para intensificar medidas de censura e repressão. Quanto à comparação entre o incidente atual e o ataque ao ex-presidente Bolsonaro em 2018, ela considera prematuro equiparar os casos, mas observa que ambos envolvem indivíduos levados ao extremo.
Caroline de Toni (PL-SC), presidente da CCJ, classifica a explosão como um evento isolado devido à sua natureza suicida e menciona problemas pessoais do autor como fator contribuinte. De Toni acredita que o incidente não deve interferir no andamento das discussões sobre anistia, enfatizando que o objetivo é proteger direitos fundamentais dos acusados e corrigir possíveis abusos legais.