Banco Central atualiza projeções de inflação e PIB em novo relatório
Os analistas do mercado elevaram a previsão de inflação para 2025, que passou de 5,60% para 5,65%
- Data: 24/02/2025 08:02
- Alterado: 24/02/2025 08:02
- Autor: Redação
- Fonte: Banco Central
Nesta segunda-feira, o Banco Central do Brasil divulgou novas estimativas sobre a economia nacional, revelando um aumento nas expectativas de inflação para 2025 e 2026. A pesquisa foi realizada com mais de 100 instituições financeiras, e os dados estão presentes no relatório “Focus”, que é publicado semanalmente.
Os analistas do mercado elevaram a previsão de inflação para 2025, que passou de 5,60% para 5,65%, marcando a décima nona alta consecutiva nesse indicador. Este novo patamar está consideravelmente acima do teto da meta estabelecida pelo governo.
As projeções para 2026 também apresentaram um aumento, subindo de 4,35% para 4,40%, o que representa o nono incremento seguido. Para o ano de 2027, a expectativa se manteve inalterada em 4%, enquanto para 2028 houve uma leve queda, passando de 3,80% para 3,79%.
A partir de 2025, o Brasil adotará um sistema de metas contínuas com um objetivo de inflação fixado em 3%. O cumprimento dessa meta será considerado válido caso a inflação permaneça entre os limites de 1,5% e 4,5%. Sob esse sistema, o Banco Central deverá ajustar a taxa de juros visando controlar a inflação dentro dessa faixa. Vale ressaltar que a Selic pode levar entre seis e dezoito meses para impactar plenamente a economia.
Atualmente, o Banco Central já está atento às expectativas de inflação projetadas para os próximos doze meses até meados de 2026. Desde janeiro deste ano, a inflação acumulada é monitorada em comparação à meta e seu intervalo de tolerância. Caso a inflação exceda esse intervalo por seis meses consecutivos, considera-se que a meta não foi cumprida. Nesse cenário, o Banco Central é obrigado a enviar uma carta pública ao Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando as razões do descumprimento.
No início deste ano, após o desvio da meta de inflação para 2024, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, enviou correspondência ao ministro Haddad atribuindo os resultados a fatores como a intensa atividade econômica e as oscilações da moeda nacional diante do dólar.
O Banco Central também sinalizou recentemente que poderá não cumprir novamente a meta inflacionária em junho deste ano devido ao acúmulo de dados que indicam uma inflação superior ao limite estabelecido.
A relação entre inflação e poder aquisitivo é crucial; um aumento nos índices inflacionários geralmente resulta em uma diminuição na capacidade de compra dos cidadãos, especialmente entre aqueles que recebem salários mais baixos.
Em relação à taxa básica de juros, os economistas mantiveram suas previsões estáveis para este ano. Após quatro elevações consecutivas desde janeiro—quando atingiu 13,25% ao ano—o Banco Central deve considerar novos aumentos na taxa em março. As projeções para o fechamento das taxas básicas permanecem: 15% ao ano para o final de 2025; 12,50% ao ano para o fim de 2026; e 10,50% ao ano até o fechamento de 2027.
O Produto Interno Bruto (PIB) também teve suas previsões revisadas. Para 2025, os especialistas mantiveram a estimativa de crescimento em 2,01%. O PIB é um importante indicador econômico que reflete a soma total dos bens e serviços produzidos no país. Já para o ano seguinte (2026), a previsão se fixou em uma alta de 1,70%.
Outras estimativas relevantes incluídas no relatório do Banco Central incluem:
- Dólar: A projeção para a taxa cambial até o final de 2025 foi ajustada levemente para R$ 5,99. A expectativa permanece em R$ 6 até o final de 2026.
- Balança comercial: O saldo da balança comercial (diferença entre exportações e importações) em 2025 subiu para US$ 76,7 bilhões em superávit. Para 2026, essa expectativa aumentou para US$ 78,6 bilhões.
- Investimentos estrangeiros: A previsão continua em US$ 70 bilhões para investimentos diretos no Brasil neste ano e em US$ 75 bilhões para o próximo.