Aumento de casos de metapneumovírus humano gera alerta na China
Autoridades chinesas respondem ao crescimento de casos de HMPV, tranquilizando a população quanto a uma possível pandemia
- Data: 06/01/2025 12:01
- Alterado: 06/01/2025 12:01
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Assessoria
Crédito:Divulgação/Freepik
Recentemente, autoridades sanitárias do norte da China relataram um aumento significativo nos casos de metapneumovírus humano (HMPV), um vírus respiratório conhecido por provocar sintomas semelhantes aos da gripe, especialmente entre crianças. O Centro de Controle de Doenças do país enfatizou a necessidade de medidas rigorosas de saúde e higiene, ao mesmo tempo que desmentiu rumores circulantes na internet sobre hospitais superlotados e minimizou os temores de uma nova pandemia similar à Covid-19. “Estamos tomando todas as precauções necessárias para controlar a situação,” afirmaram representantes da autoridade sanitária.
Características e disseminação do metapneumovírus humano
O HMPV, que não é uma descoberta recente, pertence a uma família viral bem estabelecida responsável por infecções respiratórias. Um dos membros mais reconhecidos desta família é o vírus respiratório sincicial, frequentemente associado a internações pediátricas devido a condições como bronquite e bronquiolite. Descoberto pela primeira vez na Holanda em 2001, o metapneumovírus foi identificado em vários países ao redor do mundo, incluindo Índia, Inglaterra, Austrália e Chile. No Brasil, sua presença foi confirmada em 2004. Desde então, segundo o virologista Flavio Fonseca, professor do Departamento de Microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o vírus tornou-se bastante prevalente no território nacional.
Fonseca destacou que estudos demonstram uma circulação ampla do HMPV no Brasil, com prevalências que variam entre 19% e mais de 50%, dependendo da região. Apesar desse cenário, ele considera improvável que o vírus venha a se comportar ou mutar de maneira semelhante ao Sars-CoV-2, causador da Covid-19. “A população já possui um nível considerável de imunidade natural contra o HMPV”, explica o especialista. Isso contrasta com a Covid-19, que era um vírus inédito para o qual não havia imunidade prévia.
Sintomas, transmissão e prevenção do HMPV
O professor também enfatizou que, embora existam registros de casos graves relacionados ao HMPV, a maioria das infecções é leve, assemelhando-se a resfriados comuns ou infecções do trato respiratório superior. Os grupos mais vulneráveis, como crianças pequenas, idosos e indivíduos imunocomprometidos, são os que apresentam maior risco de complicações severas.
Atualmente, é necessário investigar as causas por trás do aumento inesperado dos casos na China e avaliar se houve mutações no vírus que possam ter contribuído para a disseminação mais intensa. Entretanto, segundo especialistas em virologia, as preocupações globais devem ser direcionadas mais à vigilância em saúde pública do que a uma nova crise sanitária.
Os sintomas associados ao HMPV incluem tosse, febre, congestão nasal e falta de ar. Em algumas situações, a infecção pode progredir para bronquite ou pneumonia, apresentando características clínicas similares às causadas por outros vírus respiratórios. A infecção pelo HMPV geralmente ocorre nos primeiros anos de vida e reinfecções são comuns.
O período de incubação do vírus varia entre três a seis dias. A transmissão ocorre principalmente através de secreções expelidas por tosse ou espirros e pelo contato com superfícies contaminadas. Até o momento, não existem tratamentos específicos ou vacinas disponíveis contra o metapneumovírus.
A American Lung Association recomenda que os pacientes recebam tratamento sintomático sob orientação médica. Isso pode incluir analgésicos e antipiréticos como paracetamol e ibuprofeno. Para aqueles com sintomas respiratórios mais severos, como chiado no peito e tosse intensa, pode ser indicado o uso de corticosteroides para aliviar a inflamação e facilitar a respiração.