Assassinos de delator do PCC fogem de ônibus em SP após execução a tiros
Carro e armas abandonados são pistas-chave para polícia
- Data: 21/11/2024 14:11
- Alterado: 21/11/2024 14:11
- Autor: Redação
- Fonte: G1
Assassinos de delator do PCC fogem de ônibus em SP após execução a tiros
Crédito:Reprodução
No desenrolar das investigações sobre o homicídio de Vinicius Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), a força-tarefa da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) confirmou que os assassinos fugiram utilizando um ônibus após abandonarem o veículo e as armas empregadas no crime. O empresário foi morto a tiros de fuzil no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em um ataque que também resultou na morte de um motorista de aplicativo e deixou outras três pessoas feridas.
A Polícia Civil, com apoio da Polícia Militar, Ministério Público e Polícia Federal, está empenhada na identificação dos responsáveis pelo crime. O ataque ocorreu em 8 de novembro e, até o presente momento, não houve prisões relacionadas ao caso. As autoridades obtiveram imagens dos suspeitos por meio de câmeras de segurança do transporte público, e a população é incentivada a fornecer informações anônimas através do Disque-Denúncia pelo número 181.
Vinicius Gritzbach havia firmado um acordo de delação premiada, denunciando operações financeiras ilícitas do PCC e corrupção dentro das forças de segurança. Esse ato gerou diversas teorias sobre a motivação do assassinato, envolvendo membros da facção criminosa, agentes policiais denunciados e até mesmo credores do empresário.
As investigações revelaram uma sequência detalhada dos eventos. Ao desembarcar no aeroporto vindo de Alagoas, acompanhado por sua namorada e segurança pessoal, Vinicius carregava joias recebidas como pagamento parcial de uma dívida milionária. Um “olheiro” dos criminosos teria alertado seus comparsas sobre a chegada do empresário.
Do lado externo do aeroporto, o carro utilizado pelos atiradores estava estacionado estrategicamente. Após a execução sumária de Vinicius, os perpetradores fugiram no veículo que foi posteriormente abandonado nas proximidades com as armas deixadas no local. As imagens capturadas mostram os dois suspeitos embarcando em um ônibus municipal logo após o crime.
Entre os investigados pela participação no planejamento da execução está Kauê do Amaral Coelho, para quem já foi expedido um mandado de prisão temporária. A SSP-SP oferece uma recompensa substancial por informações que levem à sua captura.
Gritzbach enfrentava acusações judiciais por homicídios ligados ao PCC e lavagem de dinheiro, crimes aos quais respondia em liberdade. Sua colaboração com a Justiça incluía a entrega de informações sobre atividades criminosas da facção e casos de extorsão envolvendo autoridades policiais.
Diante dessas revelações, oito policiais militares associados à segurança privada de Vinicius e outros denunciados foram afastados preventivamente. A complexidade do caso ressalta o impacto das denúncias feitas pelo empresário contra uma rede extensa que inclui agentes da lei e membros do crime organizado.
O avanço nas investigações é acompanhado pela sociedade com grande expectativa, na esperança de que justiça seja feita neste caso emblemático que expõe profundas conexões entre criminalidade organizada e corrupção institucional.