As 3 apostas do pacote do governo Lula para tentar conter a inflação dos alimentos
A alta nos custos de itens essenciais como carnes, açúcar e café tem sido um dos principais fatores que afetam a popularidade da administração atual.
- Data: 07/03/2025 00:03
- Alterado: 07/03/2025 00:03
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Assessoria
O governo federal, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apresentou nesta quinta-feira (06/03) um conjunto de medidas destinadas a enfrentar o desafio crescente da inflação nos preços dos alimentos. A alta nos custos de itens essenciais como carnes, açúcar e café tem sido um dos principais fatores que afetam a popularidade da administração atual.
Durante uma coletiva de imprensa, o vice-presidente Geraldo Alckmin revelou que o governo irá isentar do imposto de importação diversos produtos alimentícios, uma estratégia que visa reduzir os preços ao consumidor. Entre os itens que terão a alíquota zerada estão azeite, milho, óleo de girassol, sardinha, biscoitos, macarrão, café, carnes e açúcar.
Alckmin enfatizou que “o governo está abrindo mão de imposto” para facilitar a redução dos preços, um movimento considerado essencial para manter o poder de compra da população. Ele mencionou que as novas diretrizes devem ser implementadas em breve e refletem uma prioridade do governo em assegurar o acesso à cesta básica a preços mais acessíveis.
A situação econômica atual tem se mostrado desafiadora para Lula, especialmente no que diz respeito à inflação alimentar. No final de 2024, essa inflação registrou uma alta de 7,69%, superando significativamente o aumento geral de 4,83% conforme indicado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Produtos como café (39,6%), óleo de soja (29,2%), carne (20,8%) e leite longa vida (18,8%) foram destacados como os principais responsáveis por esse aumento.
As novas iniciativas foram delineadas após uma reunião entre Alckmin, Lula e ministros relevantes como Carlos Fávaro (Agricultura), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), Rui Costa (Casa Civil) e Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social). O objetivo central dessas medidas é não apenas estabilizar os preços imediatos dos alimentos, mas também garantir uma produção sustentável e suficiente no longo prazo.
Em consonância com essa abordagem, o governo também pretende priorizar o direcionamento do Plano Safra para apoiar a produção de itens básicos. Segundo Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, há planos para incentivar a produção agrícola reduzindo taxas de juros para esses produtos no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp).
Além disso, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) terá suas capacidades ampliadas para garantir uma oferta robusta no mercado. O governo também anunciou que manterá a mistura obrigatória de biodiesel e etanol nos combustíveis como forma de evitar encarecimentos no transporte.
Outras medidas incluem a criação do selo “Empresa Amiga do Consumidor”, que visa identificar estabelecimentos que pratiquem preços justos na cesta básica. Além disso, será estendida por um ano a venda nacional de produtos já certificados sanitariamente em algum município, beneficiando itens como leite e ovos.
A ação do governo é vista como necessária frente à crescente insatisfação popular provocada pela alta nos preços dos alimentos. Entretanto, especialistas alertam que resultados significativos podem demorar a se concretizar e sugerem que as políticas adotadas necessitarão de tempo para mostrar seus efeitos efetivos na economia.