Arábia Saudita condena 5 pessoas à morte pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi

Outras três pessoas já tinham sido condenadas a 24 anos de prisão pelo mesmo crime; ele morreu em 2 de outubro do ano passado no consulado da Arábia Saudita em Istambul

  • Data: 23/12/2019 09:12
  • Alterado: 23/12/2019 09:12
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo / The Guardian e Bloomberg
Arábia Saudita condena 5 pessoas à morte pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi

Crédito:Getty Images

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O Tribunal da Arábia Saudita condenou cinco pessoas à morte por participação no assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi. Outras três pessoas já tinham sido condenadas pelo mesmo crime. Todos ainda podem recorrer da decisão.

Khashoggi era colunista do jornal Washington Post. Ele foi assassinado dentro do Consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia. O assassinato provocou uma violenta reação mundial contra o regime saudita, manchando a imagem do príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman, e ameaçando os planos do país, o maior exportador de petróleo do mundo, de diversificar sua economia.

O assassinato de Khashoggi desencadeou a maior crise diplomática da Arábia Saudita desde os ataques de 11 de setembro, quando o reino foi alvo de ofensa ao se saber que 15 dos 19 terroristas que perpetraram os ataques eram cidadãos sauditas.

Nesta segunda-feira, 23, o porta-voz da Procuradoria-Geral saudita, Shalaan al Shalaan, disse em entrevista coletiva que o conselheiro do príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Saoud al-Qahtani, o oficial de inteligência saudita, Ahmed Asiri, e o general do consulado de Istambul, Mohamed al-Otaibi foram liberados por falta de provas. Os três eram as principais personalidades processadas no caso.

Outras três pessoas foram condenadas por encobrirem o crime, mas al Shalaan limitou-se a informar que a soma das penas dos três é de 24 anos de prisão, sem especificar quanto tempo corresponde a cada uma e nem revelar suas identidades.

Khashoggi foi visto pela última vez entrando no Consulado da Arábia Saudita em Istambul, em 2 de outubro, onde buscava documentos necessários para que pudesse se casar. De acordo com informações da polícia turca, ele foi brutalmente torturado antes de morrer.

Seu corpo foi desmembrado, cortado em pedaços e dissolvido em ácido. O objetivo, segundo investigações da Turquia, era não deixar vestígios do cadáver e retirá-lo com mais facilidade do prédio do consulado. Seus restos mortais não foram encontrados.

Evidências apontaram que o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed bin Salman, e outros oficiais sauditas foram responsáveis pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi. O príncipe herdeiro negou qualquer envolvimento, mas disse à TV norte-americana em setembro que assumiu “total responsabilidade como líder na Arábia Saudita”.

No ano passado, a Arábia Saudita trabalhou incansavelmente para mudar de assunto depois que agentes sauditas mataram Khashoggi no consulado saudita em Istambul, num complô que, segundo conclusão da CIA, foi aprovado pelo príncipe da Coroa.

Embora as Nações Unidas e o Senado dos Estados Unidos tenham responsabilizado diretamente o príncipe herdeiro Mohamed bin Salman pelo crime, o homem forte do reino não foi processado.

O julgamento dos suspeitos começou no início de janeiro, na Arábia Saudita.

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  • Data: 23/12/2019 09:12
  • Alterado:23/12/2019 09:12
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo / The Guardian e Bloomberg









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