Após ser alvo da PF, presidente da Funasa é exonerado do cargo
O governo demitiu o presidente da Fundação Nacional de Saúde, Ronaldo Nogueira, após ele ser alvo de uma operação da PF que investiga desvios de R$ 50 milhões nos cofres públicos
- Data: 12/02/2020 10:02
- Alterado: 12/02/2020 10:02
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Exonerado da Funasa
Crédito:Geraldo Magela/Agência Senado
Nogueira se aproximou do governo Bolsonaro por sua ligação com os evangélicos, uma das bases de apoio do presidente. O agora ex-presidente da Funasa é pastor evangélico e em sua trajetória política teve maciço apoio da Convenção dos Pastores e Igrejas Evangélicas Assembleia de Deus do Rio Grande do Sul.
Após desligar-se do governo Temer, foi um dos políticos evangélicos mais influentes e exerceu lobby ativo na transição para o governo Bolsonaro.
A exoneração foi publicada na edição desta quarta-feira, 12, do Diário Oficial da União e é assinada pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
A Operação Gaveteiro da PF apura irregularidades em contrato firmado pelo extinto Ministério do Trabalho, com uma empresa de tecnologia da informação para gestão de sistemas e detecção de fraudes na concessão de seguro-desemprego em Brasília e em mais cinco Estados. Nogueira foi ministro da pasta durante a gestão de Michel Temer.
Segundo a PF, a investigação teve início com base em um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) que apontou que a contratação da empresa de tecnologia foi apenas um “subterfúgio” utilizado pela organização criminosa que atuava no Ministério do Trabalho para desviar, entre os anos de 2016 e 2018, R$ 50 milhões do órgão.
Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, apesar de alertas sobre possíveis fraudes cometidas pela empresa, ela voltou a ser contratada no atual governo, de Jair Bolsonaro, desta vez pelo Ministério da Cidadania. Segundo documentos obtidos pela reportagem, a Business to Technology (B2T) atestou à pasta sua capacidade técnica usando como base as ações que teria desempenhado anos antes no Ministério do Trabalho. Os alertas de irregularidades foram ignorados pelos responsáveis pela contratação.