“Amor a vida” repensa relacionamento familiar
Pais que são mães, uma desafiante tarefa de amor e responsabilidade onde sinceridade e discernimento ajudam para conciliar o relacionamento com o filho
- Data: 24/07/2013 11:07
- Alterado: 24/07/2013 11:07
- Autor: Redação
- Fonte: Contatto
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O drama vivido pelos personagens de Malvino Salvador (Bruno), Paloma (Paolla Oliveira) e Klara Castanho (Paulinha) na novela “Amor à vida” tem trazido uma reflexão importante quanto ao papel dos pais na criação dos filhos. Bruno, um pai superprotetor que aprendeu a ser uma “mãe” durante o crescimento de Paulinha, sofre com a separação de sua filha, que doente, está aos cuidados da mãe biológica Paloma.
Os homens, por questão histórica e cultural, mantiveram por muito tempo o papel de provedor da família e de pouca proximidade e afetividade, onde tais responsabilidades além dos cuidados pessoais, ficava a cargo da mãe. Com as mudanças socioculturais, a mulher saiu do âmbito das obrigações da casa e da prole para trabalhar e prover, assim como o homem passou a compartilhar cada vez mais todas as responsabilidades com a família.
Para a especialista em comportamento humano, coach de relacionamento e diretora da CrerSerMais, Roselake Leiros, hoje, a vida familiar é muito mais compartilhada e por isso o pai está mais preparado para enfrentar a criação de um filho sozinho, deixando o machismo de lado e provendo o filho materialmente, afetivamente e sendo presente no seu dia a dia.
Atualmente, vemos um número cada vez maior de pais querendo mais que prover materialmente a família, como a sociedade há tempos definiu. “O pai dos tempos modernos está cada vez mais por dentro de toda a logística da família. O homem que realmente participa dela, sabe construir e manter um convívio saudável, independente de criar um filho sozinho ou não. É um comportamento que realmente está sendo incorporado pelo homem,” conta Roselake.
Nos casos como o de Bruno (Malvino Salvador) em “Amor à vida”, Roselake Leiros explica que, a figura da mãe para um filho nunca será suprida, o que se aplica também para a figura de pai. “O pai sozinho pode abastecer abundantemente o filho de amor, carinho, atenção, cuidados com a educação, o prover materialmente, dar a ele segurança, mas nunca suprir a figura materna, o referencial feminino da mãe”. Ela sugere: “pais que assumem essa desafiante missão, sozinhos, devem substituir o pensamento de ser pai e mãe, uma vez que isso não vai acontecer, pela vontade sincera de ser o pai mais completo e abundante que ele puder”.
Para Roselake, criar filhos é sem dúvida uma grande responsabilidade que demanda muita disposição de aprender e dar. “Amar profundamente e tomar a responsabilidade da condução destas pequenas criaturinhas que nos foram confiadas, é fundamental. É daí que vem a força para buscar as competências exigidas naturalmente a cada tomada de decisão e ação nas mais diversas situações do dia a dia de uma criança. Algumas competências estarão disponíveis outras terão que ser aprendidas, mas é bom lembrar que pais e filhos aprendem e crescem juntos a cada experiência”, afirma.
Educar com carinho, respeito, presença e impor limites são pontos essenciais para manter o desenvolvimento harmonioso da criança. Mas também é preciso, para o pai que assume conduzir seus filhos sozinho, conciliar seus diversos papeis na vida. Essa tem sido a parte da tarefa mais desafiante. Para Roselake, é comum ver pais abandonarem principalmente a vida social e afetiva para se dedicarem integralmente aos filhos.
“Esse comportamento traz à criança, a distorcida sensação de ser a coisa mais importante do mundo, a primeira e única, dificultando assim seu desenvolvimento afetivo bem como a sua socialização adequada. Quando o pai se permite viver equilibradamente as demais coisas da vida, além da realização pessoal, ele estará ensinando ao filho a dimensão real de cada coisa na vida. A criança que aprende desde cedo isso sabe que tudo tem importância e que ele também tem o seu lugar e a sua devida importância na vida do pai”, diz.
É importante, portanto, para o pai conduzir o filho com equilíbrio, além de amor, disposição, responsabilidade e discernimento, desenvolver a sensibilidade para saber ouvir e conversar bastante sobre todas as coisas com a criança. Tudo isso enquanto vive equilibradamente as suas outras responsabilidades e dá espaço ao filho para também viver suas próprias experiências.
“Evite os excessos, pense sempre na medida certa para cada coisa. Busque ajuda profissional em momentos de muita dificuldade consigo mesmo, com o filho ou com alguma tarefa. Tenha o apoio de pessoas preparadas e responsáveis, tais como escola e empregados, mas confie e respeite-os, e ensine também o seu filho a fazer o mesmo. Lembre-se, é sua a responsabilidade de educar o seu filho, e educar é preparar integralmente para a vida”, afirma Roselake.
Sobre Roselake Leiros
Coach de carreira e de vida, com mais de 13 mil horas de atendimento. Consultora, palestrante, especializada em desenvolvimento humano. Programação Neurolinguística (Master/Trainer), certificada por Deborah Epelman, Robert Dilts e outros. Coaching Integrativo e Constelação Sistêmica Familiar e Organizacional certificada por Bern Iserd. Roselake Leiros é diretora da CrerSerMais – Desenvolvimento Humano.