Alinhamento entre Júpiter, Vênus, Marte e Saturno deve ser visível até meados de maio

O calendário astronômico de 2022 oferece eventos únicos a serem contemplados como um impressionante alinhamento dos planetas Júpiter, Vênus, Marte e Saturno, que deverá permanecer visível a olho nu até meados de maio. Esse fenômeno pode ser observado sem a ajuda de qualquer instrumento óptico (binóculo ou telescópio), tanto no hemisfério norte, quanto no hemisfério sul. No hemisfério norte, os quatro planetas mencionados aparecem alinhados aproximadamente ao longo de uma linha diagonal, enquanto que, no hemisfério sul, os quatro planetas estão alinhados ao longo de uma linha mais vertical.

“No Brasil, o fenômeno pode ser observado totalmente após às 4h da manhã, pois somente após esse horário Júpiter surge acima do horizonte, se unindo aos outros planetas. O mais brilhante dos planetas no céu é Vênus, com um brilho esbranquiçado, seguido por Júpiter, também com um brilho claro. Vênus e Júpiter, na verdade, são os planetas mais brilhantes no céu noturno. O terceiro planeta mais brilhante no alinhamento é Saturno e, por fim, Marte com um brilho avermelhado”, explica o professor de física do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), Roberto Bertoldo Menezes, que também é doutor em Astronomia.

O alinhamento planetário nada mais é do que um efeito de perspectiva, ou seja, os planetas parecem estar alinhados no céu noturno apenas quando observados a partir da Terra. Se apreciados de outro ponto no sistema solar, nesse mesmo momento, provavelmente não estariam alinhados. Em 30 de abril e 1.º de maio, os planetas Vênus e Júpiter estavam extremamente próximos um do outro no céu, chegando a dar a impressão de que iriam colidir.

“Evidentemente, esse é apenas um efeito de perspectiva, já que esses dois planetas estão afastados por milhões de quilômetros. Vale lembrar que alinhamentos como esse ocorreram em 2020, 2016 e 2005. Em 2002, ocorreu um alinhamento entre Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno e outro similar somente irá ocorrer em setembro de 2040”, conclui Bertoldo.