Adoção de tecnologias no agronegócio brasileiro cresce, mas ainda enfrenta desafios

Estudo da TOTVS e h2r insights mostra que o Índice de Produtividade Tecnológica (IPT) do setor é 0,58, evidenciando um avanço moderado na implementação de sistemas, mas com espaço para melhorar a digitalização

  • Data: 18/12/2024 14:12
  • Alterado: 18/12/2024 14:12
  • Autor: Redação
  • Fonte: Terra
Adoção de tecnologias no agronegócio brasileiro cresce, mas ainda enfrenta desafios

Soluções digitais levam mais praticidade, economia e sustentabilidade aos produtores

Crédito:Divulgação/BASF

Você está em:

Um recente estudo, conduzido pela TOTVS em parceria com a h2r insights trends, analisou a adoção de tecnologias no agronegócio brasileiro por meio do Índice de Produtividade Tecnológica (IPT). A pesquisa, que entrevistou 350 executivos de alto escalão de empresas com faturamento superior a R$ 20 milhões, abrangeu sete subsegmentos do setor, incluindo produção de sementes, comercialização, multicultura, pecuária, agroindústria, bioenergia e processamento.

O IPT geral do agronegócio foi avaliado em 0,58 em uma escala que vai de 0 a 1. Este resultado indica um uso moderado das tecnologias na gestão operacional e nas vendas através de sistemas ERP. Apenas 19% dos entrevistados alcançaram o quarto quadrante do IPT, com pontuação entre 0,75 e 1, evidenciando um nível elevado de maturidade na implementação dessas ferramentas para decisões mais eficientes.

Fabrício Orrigo, diretor de produtos para Agro da TOTVS, comentou sobre os resultados: “O índice revela que muitas empresas do agronegócio já compreendem a importância dos sistemas ERP e das tecnologias complementares para a gestão. Embora tenha havido um progresso significativo em relação a outros setores da economia, ainda existem incertezas sobre os próximos passos na digitalização. Isso representa uma oportunidade para aprimorar a internalização dos sistemas e assim aumentar a produtividade e melhorar os resultados operacionais”.

Aplicação de Tecnologias na Gestão Agrícola

Em relação ao uso de tecnologias voltadas à gestão da produção agrícola, a pesquisa constatou que mais de 84% das empresas utilizam sistemas que auxiliam na contratação de serviços nas unidades produtivas e na administração dos custos e da mão de obra rural. Além disso, mais de 80% dos participantes já implementaram soluções fitossanitárias para o monitoramento e controle de pragas. Em termos de controle meteorológico e inventário florestal, as porcentagens são de 65% e 48%, respectivamente.

Quanto à colheita e beneficiamento dos produtos, mais de 80% das empresas possuem ferramentas que gerenciam a programação da colheita e o controle da recepção de matéria-prima. Entretanto, apenas 23% têm soluções específicas para o beneficiamento do algodão.

Soluções Complementares em Tecnologia

A pesquisa também destacou o uso de soluções complementares: 53% das empresas fazem uso de leitores eletrônicos de etiquetas; 46% adotam sistemas para segurança e rastreamento; enquanto 40% utilizam Business Intelligence (BI) para análise de dados. No entanto, um déficit significativo foi observado na integração tecnológica: 69% não utilizam Inteligência Artificial (IA), 58% não dispõem de portais agrícolas para centralização das informações e 49% não aplicam ferramentas de telemetria.

O executivo Fabrício Orrigo enfatiza a importância desses sistemas: “Ferramentas como gestão integrada transformam as operações agrícolas ao gerenciar recursos, otimizar processos e maximizar resultados. Embora algumas tecnologias complementares já estejam sendo bem adotadas, há um vasto campo para explorar novas ferramentas que podem incrementar significativamente o desempenho e a lucratividade das empresas”.

Benefícios Observados com ERPs

Ao serem questionadas sobre os ganhos proporcionados pelos ERPs, 64% das empresas mencionaram acesso rápido às informações necessárias para apuração dos resultados. Outros benefícios incluem conformidade regulatória (63%), agilidade nas decisões (61%) e melhoria na gestão dos fornecedores (58%).

Além disso, apenas 19% relataram melhorias integradas em todos os critérios da performance produtiva. Entre as vantagens percebidas com sistemas especializados na produção agrícola estão: 50% notaram aumento na qualidade da produção; 49% observaram otimização na manutenção dos equipamentos; e 47% apontaram redução da ociosidade do maquinário.

Análise por Subsegmento

A pesquisa segmentou o agronegócio em sete categorias: produção de sementes (22%), comercialização (21%), produção multicultura (21%), pecuária (19%), agroindústria (14%), bioenergia (14%) e processamento/beneficiamento (8%). O subsegmento da bioenergia destacou-se com uma média IPT de 0,67, seguido pela produção multicultura com 0,64. Já a produção de sementes apresentou o menor índice no estudo com uma média de apenas 0,49.

Perfil dos Entrevistados

A amostra do estudo incluiu proprietários e profissionais da alta gestão em sua maioria, com predominância de empresas grandes (41%), seguidas por médias (29%) e pequenas (21%). Geograficamente, as empresas estão distribuídas principalmente no Sudeste (51%), Nordeste (33%), Centro-Oeste (21%), Sul (15%) e Norte do Brasil (7%).

Para mais detalhes sobre o Índice de Produtividade Tecnológica (IPT) do Agro, acesse: produtividadetecnologica.com.br.

Compartilhar:

  • Data: 18/12/2024 02:12
  • Alterado:18/12/2024 14:12
  • Autor: Redação
  • Fonte: Terra









Copyright © 2024 - Portal ABC do ABC - Todos os direitos reservados