Ação da PF combate mineração ilegal de ouro em terras indígenas no Pará
Prisões e apreensões marcam ação contra crimes ambientais e corrupção
- Data: 28/11/2024 14:11
- Alterado: 28/11/2024 14:11
- Autor: Redação
- Fonte: Agência Brasil
PF
Crédito:Polícia Federal - Pará
Nesta quinta-feira (28), a Polícia Federal efetuou a prisão preventiva de dois servidores públicos e dois empresários, todos suspeitos de integrarem uma alegada organização criminosa dedicada a crimes ambientais na região do Tapajós, oeste do Pará. De acordo com informações fornecidas pelas autoridades, os empresários estariam envolvidos no pagamento de propinas regulares aos servidores para facilitar a extração de ouro em garimpos ilegais situados em terras indígenas e áreas de reserva legal do estado.
A Superintendência da Polícia Federal no Pará informou que tais pagamentos tinham como objetivo garantir que os servidores públicos não apenas deixassem de reprimir as atividades ilícitas das empresas, mas também prestassem apoio logístico e de segurança para o transporte do ouro ilegalmente extraído. As investigações federais apontaram que parte do ouro comercializado pelos investigados foi retirada ilegalmente da Terra Indígena Munduruku, uma área sob jurisdição da União que tem sido gravemente impactada por ações ilegais. Atualmente, a região está sob intervenção federal para a remoção de invasores não-indígenas.
Em execução dos mandados judiciais, além das quatro prisões, a polícia realizou 21 buscas nas cidades de Altamira, Itaituba e Santarém, assim como em Goiânia e no Rio de Janeiro. O Poder Judiciário também decretou o sequestro de bens e impôs medidas cautelares, incluindo o afastamento dos servidores públicos envolvidos. Entre os bens apreendidos estão pelo menos oito veículos de luxo, joias, telefones celulares e uma quantidade ainda não especificada de dinheiro e ouro.
Por questões legais, as identidades dos envolvidos e suas respectivas instituições não foram divulgadas até o momento. No entanto, segundo informações da Polícia Federal, um dos servidores recebia mensalmente R$ 4 mil para garantir que não houvesse obstruções às operações ilegais. Outros membros da suposta organização dividiam um valor mensal de R$ 10 mil para prestar assistência ao grupo criminoso. Destaca-se que um dos empresários detidos já possui condenações por tráfico de drogas, receptação, tentativa de homicídio, uso de documentos falsos e associação para o tráfico.
A ação policial batizada como Operação Cobiça tem suas raízes na Operação Ganância, realizada pela Polícia Federal em Rondônia em 2022, que investigava desvios de recursos federais destinados a serviços de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aérea. Nesta nova operação, os crimes em apuração incluem lavagem de dinheiro, usurpação de bens da União e formação de organização criminosa.