ABVE esclarece sobre a capacidade de atender às metas de descarbonização da frota de SP
Entidade afirma que indústria está pronta para cumprir as metas, mas destaca desafios em infraestrutura e financiamento.
- Data: 11/02/2025 19:02
- Alterado: 11/02/2025 19:02
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: ABVE
A propósito de declarações recentes do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, de que não poderia garantir o cumprimento da meta de 50% da frota municipal de transporte público composta por veículos de zero ou baixa emissão até 2028, como determina a Lei 16.802/2018, citando, entre outros motivos, uma suposta dificuldade da indústria brasileira de ônibus elétricos de atender à demanda necessária, a ABVE (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO VEÍCULO ELÉTRICO) esclarece:
1- A indústria brasileira de ônibus elétricos e componentes tem hoje total condição tecnológica e operacional de produzir os ônibus elétricos requeridos pelas metas anuais de descarbonização da frota da cidade de São Paulo previstas na Lei 16.802/2018 e na licitação pública que a ela se seguiu.
2- Em dezembro de 2023, em resposta a um questionário solicitado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as empresas associadas à ABVE que produzem e comercializam ônibus elétricos já tinham informado o governo federal de que, com a capacidade produtiva já instalada, têm condição de produzir atualmente até 9.920 ônibus elétrico/ano, podendo chegar a 25 mil ônibus elétricos/ano com os investimentos previstos por estas empresas até 2028.
Cinco empresas associadas à ABVE responderam ao questionário do MDIC:
- BYD
- Eletra
- Giaffone
- Higer
- Marcopolo
3- Cabe destacar que a cadeia produtiva brasileira de ônibus elétricos é formada por empresas nacionais e multinacionais instaladas há muitas décadas no País, algumas delas no Estado de São Paulo, aptas a fornecer produtos de alta qualidade tecnológica, excelente desempenho operacional, assistência técnica e ampla rede de reposição.
4- Essas empresas se prepararam durante anos para atender aos volumes necessários ao programa de descarbonização de frotas de ônibus da cidade de São Paulo e de outras cidades do Brasil. Elas têm ciência de que os gargalos na implementação do cronograma de transição de frota paulistana não se encontram na capacidade produtiva da indústria, e sim nas deficiências de planejamento da infraestrutura de recarga elétrica e em eventuais desajustes nos modelos de financiamento das operadoras de transporte – problemas alheios às empresas de ônibus elétricos.
5- A ABVE, por fim, reitera sua disposição de dialogar e colaborar com as autoridades municipais de São Paulo e com outras autoridades e empresas de energia e infraestrutura envolvidas com o tema, na busca de uma solução rápida e eficaz que assegure o pleno cumprimento das importantes metas de descarbonização do transporte público na maior cidade do País.