Marcha pela Humanização do Parto acontece em Santo André neste sábado
Ação objetiva chamar a atenção para a perseguição aos profissionais de Saúde e instituições que trabalham com os princípios da Humanização
- Data: 17/10/2013 13:10
- Alterado: 17/10/2013 13:10
- Autor: Redação
- Fonte: Casita
Crédito:
No próximo sábado (19), no período da manhã, famílias, ativistas e profissionais de Saúde farão um ato pacífico em diferentes cidades do país. O protesto tem como pauta a Humanização do Parto, com enfoque na melhoria das condições da assistência obstétrica e neonatal no país e na valorização dos profissionais e dos estabelecimentos de saúde onde mulheres e bebês são respeitados.
“Na nossa região, não dispomos de nenhuma maternidade, privada ou pública, com atendimento humanizado e por isso também estamos nos mobilizando,” afirmou Carla Capuano, uma das coordenadoras da atividade. A concentração para a marcha será às 9h30, em frente ao Shopping ABC (Avenida Pereira Barreto, 41). Os manifestantes sairão em caminhada até o Hospital e Maternidade Brasil.
O Brasil é campeão em cesarianas, com as mais altas taxas do mundo. A frequência dessas cirurgias aumentou de 37,8% para 52,3% de todos os partos realizados entre 2000 e 2010. Os dados chamam atenção da Organização Mundial de Saúde, que recomenda que a taxa de cesariana, tanto na rede pública, quanto privada seja de apenas 15%. Além disso, a entidade alerta para o fato de que o excesso de cesarianas aumenta a mortalidade de mães e crianças. Em 2011, os sete municípios do ABC apresentaram uma taxa de 64,68% de nascimentos por via cirúrgica. Quando analisamos apenas os dados da rede privada, os números ultrapassam os 80%.
O movimento afirma ainda que não é contra a realização de cirurgias cesarianas. Apenas considera que elas devem ser feitas quando há risco envolvido e comprovado para mãe ou bebê e não de forma eletiva, ou por conveniência de médicos e hospitais, como tem sido feito no país.
A manifestação dá continuidade a uma série de atividades que vêm ocorrendo desde o ano passado. Este ano, o ato também será nacional e até agora 23 cidades já estão confirmadas. O evento no ABC conta com o apoio de entidades relacionadas à saúde e aos direitos das mulheres, como a Casita – Espaço de Convivência para gestantes e primeira infância e Maternamente, grupo de apoio à maternidade ativa.