União Europeia propõe medidas para fortalecer defesa e segurança coletiva
A Comissão Europeia busca aumentar os investimentos em defesa, visando maior cooperação militar e autonomia diante das tensões globais e a suspensão da ajuda dos EUA à Ucrânia
- Data: 04/03/2025 11:03
- Alterado: 04/03/2025 11:03
- Autor: Redação
- Fonte: Comissão Europeia
A Comissão Europeia divulgou nesta terça-feira (4) uma proposta inovadora voltada para o aumento dos investimentos em defesa no âmbito da União Europeia. A iniciativa tem como objetivo disponibilizar recursos financeiros adicionais aos Estados-membros, visando reforçar a segurança coletiva e a cooperação militar entre os países do bloco.
A necessidade de uma política de defesa autônoma
O ambiente geopolítico atual tem pressionado os líderes europeus a aumentar os gastos com defesa. O retorno de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos levantou preocupações sobre a dependência da Europa em relação a Washington para sua segurança, tornando ainda mais urgente a necessidade de desenvolver uma política de defesa autônoma.
Na véspera, Trump anunciou a suspensão de toda a assistência militar à Ucrânia, após conversas com o presidente ucraniano Volodimir Zelenski, um movimento que gerou incertezas sobre o futuro do apoio internacional ao país.
Proposta de € 150 bilhões para modernizar a infraestrutura militar
A proposta da Comissão Europeia inclui a emissão de novos empréstimos conjuntos que totalizam € 150 bilhões (aproximadamente R$ 912 bilhões). Esses fundos estarão disponíveis para os países membros investirem em suas capacidades de defesa. Este plano faz parte de uma estratégia maior de financiamento que soma € 800 bilhões (cerca de R$ 4,8 trilhões), com o intuito de modernizar e expandir a infraestrutura militar da Europa.
Os empréstimos visam facilitar a criação de sistemas integrados de defesa europeus, abrangendo áreas como defesa aérea, artilharia, mísseis, drones e cibersegurança. A presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, destacou que essa abordagem permitirá que os Estados-membros agrupem suas demandas e realizem compras em conjunto, o que deve resultar em economia de custos e maior interoperabilidade nas forças armadas.
Embora Von der Leyen não tenha apresentado um cronograma específico para a implementação do plano, ela enfatizou a urgência do aumento nos investimentos: “Precisamos agir rapidamente agora e também ao longo desta década.”
Reações à suspensão da ajuda dos EUA à Ucrânia
Em resposta à suspensão da ajuda dos EUA, a Ucrânia anunciou que está buscando alternativas junto a seus parceiros europeus. O primeiro-ministro Denis Chmihal reiterou que seu país ainda possui recursos para apoiar suas forças no front e expressou sua intenção de manter relações com os Estados Unidos. “Continuaremos trabalhando com os EUA por meio de todos os canais disponíveis,” afirmou Chmihal, destacando que o objetivo primordial é vencer o conflito.
Durante uma entrevista recente, Trump comentou sobre as especulações envolvendo o acordo de ajuda militar à Ucrânia, afirmando: “Não, eu não acho que esteja morto“. J.D. Vance, vice-presidente, sugeriu que Zelenski aceitasse uma abordagem que oferecesse garantias econômicas como forma de segurança futura contra ações russas.
Reações internacionais e cúpula extraordinária da União Europeia
Enquanto isso, o Kremlin considerou a suspensão da ajuda americana como um passo positivo rumo à paz. Em contraste, a França expressou sua desaprovação em relação à decisão dos EUA, afirmando que tal ato apenas fortalece as posições agressivas da Rússia na região.
O Reino Unido adotou uma postura mais cautelosa, reafirmando seu compromisso com a paz na Ucrânia. Os líderes da União Europeia se reunirão em uma cúpula extraordinária na próxima quinta-feira (6) para discutir a proposta apresentada por Von der Leyen e as implicações para a segurança do continente.