Reação à denúncia contra Bolsonaro movimenta redes sociais com opiniões divididas

A recente denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) gerou um intenso debate nas redes sociais a partir de terça-feira, 18. Segundo uma pesquisa realizada pela Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados, 46% das postagens analisadas sobre o assunto expressaram opiniões, com uma maioria de 63% apoiando a denúncia e 37% se posicionando contrariamente.

A plataforma X (antigo Twitter) se destacou como a rede que mais concentrou manifestações opinativas, totalizando 64% das postagens. Dentro desse grupo, 59% se mostraram favoráveis à denúncia, enquanto 41% apresentaram um ponto de vista oposto.

No Instagram, a pesquisa revelou que 31% das publicações continham alguma opinião sobre a denúncia, e entre esses posts, um impressionante 86% manifestaram apoio à ação da PGR, tornando essa rede social a que mais criticou o ex-presidente. Em contrapartida, apenas 14% dos posts foram contrários à denúncia.

O Facebook também foi analisado e mostrou que 41% das menções ao tema traziam opiniões. Desses, 53% estavam a favor da denúncia contra Bolsonaro e 47% contra.

Denúncia e resposta da defesa

Adicionalmente, os dados apontam que 54% das publicações nas três plataformas não apresentavam uma posição clara sobre o assunto, com a maioria dessas postagens originadas de veículos de imprensa.

As informações foram coletadas pela Nexus entre meia-noite de terça-feira e às 15h de quarta-feira, 19. É importante notar que os percentuais podem apresentar variações devido ao arredondamento.

A denúncia formalizada pela PGR inclui cinco crimes pelos quais Bolsonaro poderá ser condenado a mais de 43 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), sob acusação de conspirar contra o sistema democrático do Brasil.

Em resposta à denúncia, a defesa de Jair Bolsonaro qualificou-a como “inepta”, “precária” e “incoerente”. Os advogados do ex-presidente argumentam que as alegações são fundamentadas em um acordo de colaboração considerado “fantasioso” por eles, feito pelo tenente-coronel Mauro Cid, que atuou como ajudante de ordens da Presidência.

Além disso, o posicionamento da defesa destaca que, após quase dois anos de investigações, “nenhum elemento que conectasse minimamente o (ex-) presidente à narrativa construída na denúncia foi encontrado”.