Brasileiros resgatados de cativeiro em Mianmar chegam ao Brasil

Após três meses em condições extremas, eles retornam com apoio da ONG The Exodus Road e emocionam familiares no reencontro

  • Data: 20/02/2025 10:02
  • Alterado: 20/02/2025 11:02
  • Autor: Redação
  • Fonte: ONG The Exodus Road
Brasileiros resgatados de cativeiro em Mianmar chegam ao Brasil

Phelipe de Moura Ferreira e Luckas Viana dos Santos foram regatados

Crédito:Divulgação

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Após três meses em cativeiro em Mianmar, os brasileiros Phelipe de Moura Ferreira, de 26 anos, e Luckas Viana dos Santos, de 31, chegaram ao Brasil na quarta-feira (19). O resgate foi realizado com o auxílio da ONG The Exodus Road, após os dois escaparem de um esquema de golpes cibernéticos que os mantinha sob severas ameaças e punições físicas.

O reencontro com a família

A viagem de retorno teve início na terça-feira (18), quando embarcaram em Bangkok, na Tailândia. Os brasileiros aterrissaram no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, por volta das 16h. Assim que desembarcaram, foram interrogados pela Polícia Federal durante quase duas horas antes de se reunirem com suas famílias, que não conseguiram conter a emoção ao ver os entes queridos novamente.

De acordo com informações obtidas, ambos foram atraídos por promessas de emprego para o ano de 2024 e levados para o KK Park, um local conhecido como “fábrica de golpes online”. Nesse ambiente hostil, eram forçados a realizar fraudes financeiras sob constante vigilância e sujeição a ameaças diárias.

Relatos de sofrimento no cativeiro

Cleide Viana, mãe de Luckas, expressou sua emoção ao reencontrar o filho: “Estou gelada de tanta emoção. Foram dias, meses de sofrimento. Acabou hoje. Graças a Deus estou ao lado do meu filho. A todos que ajudaram, meu agradecimento”.

Luckas relatou as condições cruéis que enfrentou: “Eles batiam na gente quase todos os dias. Era muito difícil. Sofremos bastante e tem amigos que estão lá ainda. Eu fui espancado e preso porque tentei entrar em contato com um amigo meu. Eles me colocaram na prisão por 20 dias. Agora estou com minha família. Quero agradecer a todos que ajudaram. Estou muito feliz; sei que minha mãe ficou muito preocupada”.

No aeroporto, Cleide passou mal ao ouvir os relatos do filho e só então tomou conhecimento da verdadeira situação dele durante o cativeiro.

Antônio Ferreira, pai de Phelipe, celebrou a volta do filho: “Agora só alegria e felicidade, e vida que continua. Meu filho, seja bem-vindo à liberdade”.

Phelipe também compartilhou sua gratidão: “Estou muito feliz e me sentindo muito seguro. Sou grato a todos, à ONG e à imprensa. Agora quero descansar tudo que não descansei nesses meses”.

A diretora da ONG The Exodus Road, Cíntia Meireles, esteve presente no reencontro no aeroporto e comentou: “Acho que devolver um filho para uma mãe ou um pai não tem preço. Fazer esse reencontro e cumprir a missão é muito bom. Temos uma base na Tailândia e nosso objetivo é libertar o máximo possível de pessoas e realizar trabalhos preventivos para evitar novas vítimas do tráfico humano”.

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  • Data: 20/02/2025 10:02
  • Alterado:20/02/2025 11:02
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  • Fonte: ONG The Exodus Road









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