Enchentes em São Paulo: causas, impactos e soluções sustentáveis
As enchentes em São Paulo, agravadas pela urbanização e mudanças climáticas, exigem ações urgentes de drenagem e cooperação entre a população e os gestores públicos para minimizar os impactos
- Data: 14/02/2025 14:02
- Alterado: 14/02/2025 14:02
- Autor: Sandra Maria Lopes de Souza
- Fonte: UNINTER
Enchentes e inundações são fenômenos naturais históricos, intensificados pelas ações humanas nas cidades. Mas, o que está acontecendo em São Paulo, nesta metrópole, com incidência de enchentes seguidas e em vários pontos da capital? A combinação de calor e umidade gerou uma grande precipitação, formando uma tempestade no início de fevereiro, que registrou 144 mm em apenas 3 horas — o segundo maior volume desde 1961, segundo a Defesa Civil da capital.
Foram 14 pontos de alagamentos em diversos locais da cidade, onde o acúmulo de água tornou avenidas e ruas intransitáveis. O município ficou em alerta, com centenas de chamadas para enchente, somando 23 casos de deslizamentos de terra, no Alto Tietê, aproximadamente 1,2 mil pessoas desalojadas e 42 quedas de árvores.
A disposição geográfica do município de São Paulo permeia os principais cursos de água, que são os rios Tietê, Pinheiros, Tamanduateí, Aricanduva e Embu-Guaçu e os córregos Pira-juçara, Ipiranga, Cabuçu de Cima, Cabuçu de Baixo e Mandaqui. Estima-se que a cidade tenha 3.000 quilômetros de cursos d’água escondidos sob o asfalto — e que as linhas do metrô passam por debaixo de pelo menos um rio.
Quanto ao metrô de São Paulo, passageiros ficaram encurralados por conta da enxurrada, que cobriu catracas e até os trilhos dos trens. Podemos atribuir o ocorrido a vários fatores, entre eles o local, que se encontra em área baixa da zona norte, e ainda cruza um córrego e está próximo de nascentes, resultando na dificuldade da drenagem urbana, que não suportou o volume de água.
A urbanização da cidade e o aterramento de rios geram consequências importantes e inevitáveis, principalmente a partir do século XX, com ações como a canalização e retificação de diversos rios, a exemplo do conhecido rio Tietê. Soma-se a esse quadro as mudanças climáticas, que são fenômeno mundial.
Apesar dos prejuízos para a sociedade, existem ações que podem auxiliar na minimização dos sinistros, como:
- Monitorar em tempo real o Centro de Gerenciamento de Emergências climáticas da prefeitura de São Paulo-CGE;
- Acompanhar e acatar de orientações da defesa civil;
- Conservar calhas e telhados consertados;
- Manter drenagens, bueiros e canaletas desobstruídos;
- Não depositar lixo em margem de rios, córregos, áreas verdes e ruas e, no que se refere à gestão pública;
- Realizar obras de macrodrenagens, entre tantas alternativas.
A solução está na parceria entre os gestores públicos e cidadãos, no comprometimento de cada um fazendo a sua parte, para que a cidade tenha estrutura para enfrentar chuvas constantes e minimizar os dados futuros que possam acarretar.
Sandra Maria Lopes de Souza
Sandra é Mestre em Gestão Ambiental e Coordenadora de cursos de Pós-Graduação na UNINTER.