Incêndio em fábrica no RJ: Investigações revelam ligações clandestinas de energia
O incêndio deixou pelo menos 21 pessoas feridas, algumas delas em estado grave, principalmente devido a queimaduras provocadas pela inalação de fumaça
- Data: 13/02/2025 07:02
- Alterado: 13/02/2025 07:02
- Autor: Redação
- Fonte: G1
Uma investigação está em andamento após um incêndio devastador que atingiu uma fábrica de fantasias na manhã desta quarta-feira (12), na zona norte do Rio de Janeiro. A Polícia Civil revelou que foram encontradas ligações clandestinas de energia elétrica na instalação, levando especialistas a questionarem se essas conexões ilegais foram a causa do fogo que destruiu grande parte do galpão e afetou três escolas da Série Ouro.
A perícia confirmou que todas as máquinas utilizadas na confecção de adereços estavam operando com eletricidade furtada. Em decorrência da gravidade do incêndio, que provocou danos significativos à estrutura, o galpão foi interditado e a Defesa Civil alertou sobre o risco de desabamento parcial do teto.
Além da Polícia Civil, o Ministério Público do Trabalho iniciou uma investigação para averiguar as condições laborais dos trabalhadores da fábrica. O Corpo de Bombeiros também destacou que a empresa apresentava documentação irregular.
As autoridades planejam ouvir os proprietários e funcionários da fábrica, que é registrada sob dois CNPJs diferentes: Maximus Ramo Confecções de Vestuário e Bravo Zulu Confecções e Representações Ltda., ambas atuando no mesmo segmento comercial.
O incêndio deixou pelo menos 21 pessoas feridas, algumas delas em estado grave, principalmente devido a queimaduras provocadas pela inalação de fumaça. O fogo se espalhou rapidamente e chegou a ameaçar prédios residenciais nas proximidades. Os bombeiros trabalharam incansavelmente até as 15h30 para controlar as chamas.
Durante a operação de resgate, quatro ocupantes do prédio conseguiram escapar ao se refugiarem em uma janela nos fundos da fábrica, enquanto eram cercados pela fumaça densa. O local apresentava acesso difícil, com passagens estreitas que impediram caminhões dos bombeiros de se aproximarem. Equipes utilizaram escadas portáteis para evacuar os trabalhadores antes que as chamas atingissem o andar onde estavam.
Um funcionário relatou que o fogo começou no térreo e se espalhou rapidamente: “Foi muito rápido, lambeu tudo!” Esse relato ilustra a urgência da situação e o caos vivido por aqueles presentes no momento do incêndio.
A fábrica é reconhecida como uma das principais fornecedoras de fantasias para as escolas de samba da Série Ouro e da Intendente Magalhães, incluindo agremiações como Império Serrano, Unidos de Bangu e Unidos da Ponte, todas impactadas pela destruição das suas produções armazenadas no galpão. Além disso, a confecção produzia fardas para as forças de segurança do estado.
Com turnos operacionais contínuos, a Maximus Confecções funcionava 24 horas por dia para atender à alta demanda próxima aos desfiles. Relatos indicam que muitos aderecistas costumavam revezar-se no espaço, com alguns até dormindo nas instalações.
A cobertura contínua dos eventos trágicos na fábrica revela não apenas o drama vivido pelas vítimas mas também levanta questões críticas sobre a segurança e regulamentação das práticas empresariais na indústria local.