Filho de comerciantes da 25 de março é aprovado em medicina na USP pelo Provão Paulista
‘Não vi o resultado porque estava ajudando a minha avó na cozinha e um dos meus melhores amigos me ligou para contar’, conta David Samuel Obiekwe
- Data: 05/02/2025 14:02
- Alterado: 05/02/2025 14:02
- Autor: Redação
- Fonte: Seduc-SP
Filho de comerciantes da 25 de março é aprovado em medicina na USP pelo Provão Paulista
Crédito:Sidinei Lopes/EducaçãoSP
“Eu nunca consegui me imaginar lá. Eu sequer me inscrevi na Fuvest. Era um sonho inalcançável e, agora, percebi como o Provão Paulista faz a diferença”. David Samuel Obiekwe tem 17 anos de idade e completa 18 anos no mês de abril. Morador da zona sul de SP e aluno da rede estadual de ensino, ele está entre os aprovados em medicina no Provão Paulista Seriado na melhor universidade da América Latina, a USP (Universidade de São Paulo), e fará o curso no campus localizado na capital paulista.
David foi aprovado na primeira chamada do Provão, iniciativa da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) que garante acesso direto às universidades e faculdades públicas do estado. Além da USP, a Unesp (Universidade Estadual Paulista), Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e Fatecs (Faculdades de Tecnologia do Estado de São Paulo) também são parceiras da Educação no Provão.
O futuro médico é morador do bairro São João Clímaco, na zona sul da capital paulista, e fez o Ensino Médio na Escola Estadual Dona Idalina Macedo Costa Sodré, em São Caetano do Sul. Filho de comerciantes da região da 25 de março, David achava que a USP estava longe de sua realidade. “Não prestei a Fuvest, mas pelo Provão Paulista, coloquei medicina na USP São Paulo como primeira opção. Estou oficialmente na USP. Agora penso que é algo que eu sempre quis, que estava lá no fundo, só não me achava capaz. O clima em casa está muito bom, estamos muito felizes”, diz David.
David mora na zona sul de São Paulo com os pais, Sandra e Virginus e com duas irmãs. Os pais são comerciantes e têm uma loja de brinquedos em uma galeria da região da 25 de março. A irmã Caroline, faz o curso de enfermagem, e Débora, que neste ano dá início à 3ª série do Ensino Médio. Tem ainda um irmão mais velho, por parte de pai, formado em direito.
Os amigos
David soube sobre a aprovação por um dos melhores amigos, o Davi Tavares Gatti, com quem estudava desde o 7º ano do Ensino Fundamental. “Quase às 14h, no horário de divulgação da primeira chamada, a minha avó me pediu ajuda na cozinha. Entre ficar esperando e ajudar a minha avó, eu preferi ajudar a minha avó. O meu amigo Davi foi procurar o nome dele entre os aprovados e se deparou com o meu nome, que tem a grafia semelhante. Ele me ligou na hora e ficou tão feliz, tão feliz, que nem me contou que ele mesmo tinha sido aprovado em automação industrial na Fatec, também pelo Provão Paulista”.
Após a aprovação, os dois e alguns amigos se encontraram na escola onde estudaram para comemorar a aprovação. “Nós sempre acreditamos muito uns nos outros. Eles estão comemorando como se a conquista com a minha aprovação também fosse deles”, comenta.
“Eu vi uma frase nas redes sociais recentemente que diz que, quando você vence, quando você consegue acesso para a universidade, você não vence sozinho. Muitos ganharam comigo. Foi através de muitos professores que me ajudaram, da minha família e também de Deus. É essa a visão que eu tenho depois de ter sido aprovado na USP. Além de mim, muita gente de baixa renda está tendo acesso à universidade agora com o Provão”, complementa.
Em três chamadas do Provão Paulista, a EE Dona Idalina registrou a aprovação de outros dez estudantes, nas faculdades de história, também na USP, pedagogia e ciências econômicas, na Unesp, paisagismo e jardinagem, análise e desenvolvimento de sistemas, eventos, comércio exterior e eletrônica automotiva nas Fatecs.
A família do futuro médico
Sandra, a mãe de David Samuel, diz que é a mãe mais feliz do mundo. Ela estava no trabalho, na região da 25 de março, quando soube da aprovação do filho. A família tem uma loja de brinquedos em uma das galerias localizada no centro da capital paulista. Ela conta que o seu esposo Virginus é nigeriano e tem nacionalidade brasileira, assim como os filhos têm nacionalidade nigeriana.