Governo reduz alimentos ultraprocessados em merenda escolar

A iniciativa busca limitar alimentos ultraprocessados nas merendas escolares, enquanto capacita profissionais do PNAE com investimento de R$ 4,7 milhões para segurança alimentar

  • Data: 04/02/2025 19:02
  • Alterado: 04/02/2025 19:02
  • Autor: Redação
  • Fonte: Governo Federal
Governo reduz alimentos ultraprocessados em merenda escolar

Crédito:Secretaria da Educação/Governo de SP

Você está em:

O governo federal brasileiro anunciou a intenção de diminuir o limite de alimentos processados e ultraprocessados nas merendas escolares de 20% para 15%, com a expectativa de alcançar apenas 10% até 2026. Esta nova diretriz será formalmente apresentada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o encontro nacional do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que ocorrerá nesta terça-feira, 4, na capital federal.

Lançamento do Projeto Alimentação Nota 10

Além da redução do limite de alimentos industrializados, o evento marcará o lançamento do Projeto Alimentação Nota 10. Este projeto visa capacitar merendeiras e nutricionistas envolvidos no PNAE sobre segurança alimentar e nutricional. Para essa iniciativa, será destinado um investimento de R$ 4,7 milhões, fruto de uma colaboração entre o governo e instituições como o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Itaipu Binacional e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais (IFSULDEMINAS).

Conforme informações do Núcleo de Pesquisa em Nutrição e Saúde (NUPENS) da Universidade de São Paulo (USP), a classificação dos alimentos processados e ultraprocessados é feita com base no nível de processamento que eles sofrem.

Impactos da alimentação ultraprocessada na saúde

De acordo com os guias alimentares, como o “Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos” e o “Guia Alimentar para a População Brasileira”, a oferta de alimentos ultraprocessados para crianças deve ser evitada, assim como seu consumo por adultos. Esses produtos estão relacionados ao desenvolvimento de diversas doenças, incluindo obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer.

O epidemiologista Carlos Augusto Monteiro, responsável pela criação do conceito “ultraprocessados” e coordenador do NUPENS, destaca que a análise por faixa etária indica um padrão: quanto mais velho o indivíduo, menor é o consumo desses produtos. Em contrapartida, adolescentes são os que mais consomem alimentos ultraprocessados. Monteiro observa: “Isso demonstra que os hábitos alimentares e as preferências se formam desde a infância,” enfatizando a importância da alimentação saudável desde cedo.

Monteiro afirma ainda que os ultraprocessados desempenham um papel significativo no aumento da obesidade, que se tornou uma epidemia tanto no Brasil quanto em outros países. Para ele, reverter esse cenário requer a adoção de hábitos alimentares mais saudáveis. “Uma alimentação semelhante àquela que nossos avós consumiam é ideal. O essencial é que uma parte significativa dos alimentos que ingerimos passe pela cozinha; atualmente, muitos vêm das fábricas, o que não representa uma opção natural,” conclui.

Compartilhar:










Copyright © 2025 - Portal ABC do ABC - Todos os direitos reservados