Conflito na Cisjordânia: operação de Israel resulta em mortes e destruição
Cinco palestinos, incluindo um adolescente, morreram em ações militares em Jenin, enquanto a violência na região continua a escalar.
- Data: 02/02/2025 11:02
- Alterado: 02/02/2025 11:02
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: FOLHAPRESS
Crédito:Reprodução
Um novo capítulo de violência na Cisjordânia se desenrolou neste sábado (1º), quando Israel, em operações militares em Jenin, causou a morte de cinco palestinos, incluindo um adolescente de apenas 16 anos, conforme informações divulgadas pelo Ministério da Saúde palestino.
A ofensiva israelense teve início no dia 21 de janeiro, logo após a implementação de um esperado cessar-fogo na Faixa de Gaza, outro território sob ocupação israelense e cenário de um conflito que já dura 15 meses. Desde o início das ações militares, pelo menos 18 palestinos foram mortos em Jenin e nas áreas adjacentes. Dentre os falecidos estão seis indivíduos vinculados a grupos armados e uma criança de dois anos, segundo relatos das autoridades palestinas.
Contrapõe-se a essa informação a versão do governo israelense, que alega ter eliminado 18 combatentes armados e detido 60 suspeitos, além de desmantelar mais de cem dispositivos explosivos durante suas operações.
Os episódios de violência na região já apresentavam uma escalada antes mesmo do início das recentes ações militares. Desde o começo do conflito em 7 de outubro de 2023, estima-se que forças israelenses e colonos tenham causado a morte de ao menos 881 palestinos, incluindo integrantes de facções armadas. Em contrapartida, os registros oficiais israelenses apontam para cerca de 30 mortes do lado israelense, entre elas várias de soldados.
Sobre a morte do adolescente mencionado, o Exército israelense afirmou que suas forças aéreas atingiram “terroristas armados“. Além disso, as autoridades palestinas relataram que mais quatro pessoas foram mortas após um ataque direcionado a um veículo que supostamente transportava “terroristas” na área de Qabatiya, também em Jenin.
A operação militar em Jenin, chamada “Muro de Ferro“, tem como objetivo declarado expulsar grupos armados da região. No entanto, essa ação resultou na interrupção do fornecimento de água para parte da população local e na demolição de diversas residências, forçando milhares a deixar suas casas; autoridades palestinas indicam que cerca de 80% dos habitantes do campo de refugiados foram deslocados.
Além disso, as forças israelenses estabeleceram bloqueios nas saídas do campo de refugiados vizinho Faraa, onde operações de busca estão sendo realizadas. Um jornalista da agência AFP reportou a presença de múltiplos drones sobrevoando a área durante essas atividades.
Autoridades israelenses frequentemente acusam o Irã de contrabandear armas para combatentes na Cisjordânia e alegam que suas operações visam desmantelar esse chamado “eixo iraniano“; no entanto, até o momento não foram apresentadas evidências concretas para sustentar tais alegações.
O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, declarou em uma entrevista recente que as tropas permanecerão em Jenin até que as operações sejam concluídas, embora não tenha especificado um prazo para o término das ações militares.