Cidades recordistas em calor tentam reforçar respostas emergenciais
Temperaturas ultrapassaram 43°C em várias localidades, impulsionando ações climáticas e preventivas.
- Data: 26/01/2025 10:01
- Alterado: 26/01/2025 10:01
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: FOLHAPRESS
Crédito:Reprodução
2024, diversas cidades do Brasil enfrentaram temperaturas extremas, com registros que ultrapassaram 43°C. Goiânia e Cuiabá se destacaram ao atingir 44,5°C e 44,1°C, respectivamente, no mês de outubro. O Rio de Janeiro também registrou marcas altas, com a estação de Guaratiba alcançando 43,2°C em novembro, conforme dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Diante dessa situação alarmante, a capital goiana criou um Gabinete de Crise Climática em 15 de outubro, após enfrentar um dos maiores volumes de chuvas em 24 horas em sua história. Entretanto, até o momento, essa iniciativa ainda não contempla ações diretas para mitigar o calor extremo.
Em São Paulo, uma medida semelhante está em andamento com a formação do Conselho Estadual de Mudanças Climáticas (CEMC), anunciado em 22 de outubro, cujo objetivo é monitorar e desenvolver estratégias para lidar com fenômenos climáticos severos.
Medidas no Rio de Janeiro e outros estados
Gislani Mateus, superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, destacou: “Os recordes climáticos tornaram o calor uma prioridade, especialmente devido aos riscos à saúde que ele acarreta. Observamos que essa é uma questão que transcende fronteiras locais e se torna um desafio global”.
Nos últimos quatro anos, o Rio investiu R$ 3,3 bilhões em ações voltadas para atenuar os efeitos das chuvas e do calor. Um exemplo é o Plano Verão, que reúne 488 ações preventivas e emergenciais, elaboradas em parceria com 36 órgãos diferentes.
Após um ano da morte de Ana Clara Benevides, vítima de exaustão térmica durante um show da artista Taylor Swift, a prefeitura carioca implementou um plano de contingência contra o calor extremo. Este protocolo classifica o calor em cinco níveis de risco (NC1 a NC5), considerando temperatura e umidade, além de prever ações preventivas, como a instalação de 52 pontos de resfriamento, centros de hidratação e ajustes em atividades externas, incluindo o adiamento ou cancelamento de eventos massivos.
A superintendente acredita que tais medidas podem servir como referência para outras cidades brasileiras, especialmente nos grandes centros urbanos.
Ceará e Mato Grosso do Sul
No Ceará, embora não esteja entre os estados com recordes absolutos de temperatura, o governo investe em blocos intertravados de concreto para substituir o asfalto. O material reduz a sensação térmica em até 10°C e ajuda a evitar alagamentos, com um custo de R$ 40 milhões para cobrir 300 mil m² em 18 municípios. Zezinho Albuquerque, secretário das Cidades, anunciou planos de expansão para todos os 184 municípios cearenses até 2025.
No Mato Grosso do Sul, o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (CEMTEC) emite alertas de calor para a Defesa Civil, que coordena as ações necessárias. O estado simplificou o licenciamento para o Manejo Integrado do Fogo (MIF), permitindo queimadas controladas para prevenir incêndios que agravam o calor no Pantanal. Este bioma, em 2024, perdeu cerca de 1,9 milhão de hectares para queimadas, uma área doze vezes maior que a cidade de São Paulo.
Cidades com temperaturas recordes
A equipe tentou contato com administrações municipais de cidades como Cuiabá, Indiaporã e Santa Salete, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.
Cidades que registraram máximas acima dos 43°C em 2024:
Goiânia (GO) – 44,5°C em 6 de outubro
Cuiabá (MT) – 44,1°C em 6 de outubro
Indiaporã (SP) – 43,3°C em 8 de outubro
Aragarças (GO) – 43,3°C em 3 de outubro
Rio de Janeiro (RJ) – Guaratiba: 43,2°C em 28 de novembro
Corumbá (MS) – Nhumirim: 43,2°C em 6 de outubro
Coxim (MS) – 43,1°C em 6 de outubro
Santa Salete (SP) – 43,1°C em 8 de outubro
Valparaíso (SP) – 43,1°C em 8 de outubro
Santo Antônio de Leverger (MT) – 43,0°C em 6 de outubro
Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet)