António Guterres Comenta Saída dos EUA do Acordo de Paris e Apoia COP30 no Brasil
António Guterres defende ação climática no Fórum de Davos e destaca a importância da COP30 em Belém; alerta sobre riscos na Cisjordânia.
- Data: 23/01/2025 00:01
- Alterado: 23/01/2025 00:01
- Autor: redação
- Fonte: Folhapress
Crédito:REUTERS/Denis Balibouse
Durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, abordou a recente decisão dos Estados Unidos de se retirar do Acordo de Paris, um movimento anunciado pelo presidente Donald Trump no dia de sua posse. Guterres destacou que, apesar dessa decisão, a economia americana já está se adaptando à agenda climática.
“É importante lembrar que a ciência atualmente apoia as economias sustentáveis, e as energias renováveis estão se tornando significativamente mais acessíveis do que aquelas derivadas de combustíveis fósseis”, declarou Guterres em entrevista à Folha e à Globonews.
O secretário-geral também manifestou apoio ao Brasil, afirmando que a ONU se compromete a trabalhar para garantir o êxito da Conferência das Partes (COP30), que ocorrerá em Belém em novembro deste ano. “Expresso meu apoio ao presidente Lula e ao Brasil. As Nações Unidas estão totalmente dedicadas a assegurar que a COP30 seja bem-sucedida, especialmente em um momento em que há ceticismo acerca da ação climática”, afirmou.
Guterres enfatizou a importância de manter a meta de limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais. Durante sua apresentação no evento, ele observou as condições climáticas atípicas da região, mencionando que a neve, frequentemente presente nessa época do ano, mal apareceu nesta edição do fórum.
Em uma parte distinta de sua fala, Guterres elogiou o presidente Trump por seu papel na mediação do cessar-fogo entre Israel e Hamas. “Houve uma contribuição significativa da diplomacia ativa do então presidente eleito dos Estados Unidos”, comentou. Ele também reconheceu os esforços da administração Biden e do Qatar na facilitação das negociações que haviam chegado a um impasse antes de serem retomadas com sucesso.
No entanto, Guterres expressou preocupação com a situação na Cisjordânia, alertando sobre os riscos associados a uma possível anexação da área por Israel. Ele enfatizou que tal ato seria uma violação do direito internacional e impediria qualquer possibilidade de paz duradoura no Oriente Médio.