Putin e Xi Jinping Reforçam Aliança Estratégica em Videoconferência
Em uma videoconferência realizada logo após a cerimônia de posse de Donald Trump, os presidentes Vladimir Putin e Xi Jinping reafirmaram o compromisso de aprofundar as relações entre Rússia e China. Este encontro, que durou 1h35min e foi transmitido pela TV estatal russa e pela CCTV, ocorre em um momento em que os dois países […]
- Data: 21/01/2025 23:01
- Alterado: 21/01/2025 23:01
- Autor: redação
- Fonte: Folhapress
Crédito:Gaeta.it
Em uma videoconferência realizada logo após a cerimônia de posse de Donald Trump, os presidentes Vladimir Putin e Xi Jinping reafirmaram o compromisso de aprofundar as relações entre Rússia e China. Este encontro, que durou 1h35min e foi transmitido pela TV estatal russa e pela CCTV, ocorre em um momento em que os dois países se posicionam como protagonistas na chamada Guerra Fria 2.0 contra os Estados Unidos.
Durante a reunião, Putin mencionou a existência de “novos planos para o desenvolvimento da cooperação estratégica e da ampla parceria sino-russa”, reforçando uma aliança firmada anteriormente, em fevereiro de 2022, pouco antes do início do conflito na Ucrânia. Embora não se trate de um pacto militar formal, a colaboração entre as áreas de defesa tem se intensificado consideravelmente desde então.
No âmbito econômico, o relacionamento entre os dois países tem apresentado resultados significativos. Em 2021, o comércio bilateral alcançou US$ 147,2 bilhões, com a China emergindo como um dos principais compradores de commodities russas e exportador de manufaturas. A previsão é que esse número chegue a impressionantes US$ 244,8 bilhões em 2024. No entanto, observa-se uma desaceleração no ritmo dessa troca comercial, que é fundamental para a economia russa, especialmente diante das dificuldades impostas pelas sanções internacionais.
A geopolítica foi um dos temas centrais da conversa. Putin enfatizou que a relação com Pequim é essencial para garantir a estabilidade internacional, um discurso que tem sido trabalhado desde 2022. Por sua vez, Xi Jinping destacou a importância do apoio mútuo entre os dois países para proteger seus interesses legítimos em um contexto global incerto.
A retórica adotada pelos líderes russos e chineses ganha ainda mais relevância no cenário internacional após as declarações contundentes de Trump no dia anterior à videoconferência. O novo presidente americano desconsiderou propostas brasileiras – articuladas em conjunto com a China – para solucionar o conflito na Europa, afirmando que o Brasil depende mais dos EUA do que vice-versa. Tal postura pode direcionar o Brasil a um alinhamento mais próximo com Pequim.
Os dados do comércio entre China e Rússia revelam um crescimento constante: US$ 108,2 bilhões em 2020; US$ 147,2 bilhões em 2021; US$ 190 bilhões em 2022; US$ 240,1 bilhões em 2023; e projeções de US$ 244,8 bilhões para 2024.
Com a presidência do BRICS neste ano, o Brasil enfrenta o desafio de equilibrar suas relações internacionais. Embora Lula tenha expressado o desejo de evitar conflitos com Trump, a pressão para uma aproximação maior com a China pode se intensificar, especialmente se não houver uma mudança na postura americana.
Segundo informações do Kremlin, Putin e Xi discutiram tópicos variados durante sua conversa, incluindo as situações na Ucrânia, Coreia do Norte, Taiwan e Oriente Médio. Enquanto isso, a abordagem dos Estados Unidos sob Trump parece variar conforme os diferentes tratamentos dispensados aos dois aliados. Enquanto Xi recebe elogios da administração americana – que busca estreitar laços –, Putin continua cercado por ambiguidade.
No contexto atual, as declarações de Trump legitimam certas aspirações territoriais tanto de Putin quanto de Xi Jinping. Para Putin, isso inclui avanços na Ucrânia; já para Xi, as reivindicações sobre Taiwan são igualmente relevantes. A complexidade dessas dinâmicas reflete as crescentes tensões globais e o papel crucial que Rússia e China desempenham nesse cenário.