Yoon Suk Yeol Comparece a Audiência Judicial em Meio a Acusações de Insurreição
Ex-presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol enfrenta acusações de insurreição em audiência histórica; decisão do tribunal pode prolongar sua detenção.
- Data: 18/01/2025 15:01
- Alterado: 18/01/2025 15:01
- Autor: redação
- Fonte: Folhapress
Crédito:Yonhap
O ex-presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, participou de uma audiência judicial no último sábado (18), onde foi discutido um pedido das autoridades para prolongar sua detenção sob suspeitas de insurreição. Essa audiência ocorre em um momento crítico, uma vez que Yoon se tornou, na quarta-feira (15), o primeiro presidente em exercício do país a ser preso.
As investigações giram em torno da declaração de lei marcial que Yoon fez no início de dezembro, o que levou à sua detenção. Os investigadores requisitaram, na sexta-feira anterior à audiência, um mandado para manter Yoon sob custódia por mais 20 dias, já que após sua prisão ele tinha apenas 48 horas para ser interrogado. Até o dia da audiência, Yoon não havia colaborado com os depoimentos solicitados.
Após a sessão que se estendeu por quase cinco horas, o ex-presidente retornou ao Centro de Detenção de Seul enquanto aguardava a decisão do tribunal, que deve ser divulgada entre sábado e domingo. Durante a audiência, Yoon utilizou cerca de 40 minutos para expor suas considerações, conforme reportado pela agência sul-coreana Yonhap.
“Ele apresentou e respondeu perguntas de forma transparente sobre os fatos, as evidências e os fundamentos legais relacionados ao caso… Agora, aguardamos com calma a decisão do tribunal”, afirmou o advogado de Yoon, Yoon Kab-keun, após o encerramento da audiência.
A decisão de Yoon em comparecer à audiência foi motivada pelo desejo de “restaurar sua honra”, defendendo pessoalmente a legalidade da declaração de lei marcial e contestando as acusações de insurreição apresentadas contra ele.
Se o tribunal acatar o pedido dos investigadores e emitir um novo mandado de prisão, isso poderá resultar em uma extensão da detenção por até 20 dias adicionais, permitindo assim que os acusadores formalizem suas alegações contra o ex-presidente. Para justificar essa prorrogação, a equipe do Escritório de Investigação de Corrupção para Funcionários de Alto Escalão (CIO) argumentou sobre a “gravidade das acusações” enfrentadas por Yoon.
Imagens transmitidas pela televisão mostraram um forte esquema de segurança durante o transporte de Yoon ao tribunal, com uma frota composta por veículos e motos da polícia. Enquanto isso, do lado de fora do tribunal, manifestantes reuniram-se em apoio ao ex-presidente, levando à dispersão inicial da multidão por parte das autoridades. Após o início da audiência às 14h (horário local), um grande número de apoiadores cercou a área exigindo a libertação de Yoon.
Um dos apoiadores presentes nas imediações do tribunal declarou: “Há muitos apoiadores de Yoon Suk Yeol aqui defendendo seu presidente”. A polícia acabou realizando várias prisões devido à tentativa de invasão do espaço público por alguns manifestantes.
A insurreição é uma das poucas infrações pelas quais um presidente ativo na Coreia do Sul não possui imunidade legal e pode resultar em penalidades severas, incluindo prisão perpétua ou até mesmo pena capital. Este momento marca um período turbulento na política sul-coreana, exacerbado pela controversa tentativa de Yoon em impor a lei marcial, que foi rapidamente rejeitada pelo Parlamento.
Yoon Suk Yeol foi destituído no dia 14 de dezembro e atualmente enfrenta um julgamento no Tribunal Constitucional que decidirá sobre a continuidade ou não de seus poderes executivos.