Evo Morales é alvo de ordem de prisão na Bolívia por acusações graves

Evo Morales é alvo de prisão na Bolívia por graves acusações de estupro e tráfico.

  • Data: 18/01/2025 00:01
  • Alterado: 18/01/2025 00:01
  • Autor: redação
  • Fonte: Folhapress
Evo Morales é alvo de ordem de prisão na Bolívia por acusações graves

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A Justiça boliviana emitiu, na última sexta-feira (17), uma ordem de prisão contra o ex-presidente Evo Morales, que não compareceu a um depoimento em duas ocasiões relacionadas a um caso em que é acusado de estuprar e traficar uma adolescente.

O Ministério Público havia solicitado a detenção de Morales em dezembro, imputando-lhe os crimes de “estupro, exploração e tráfico de pessoas”. O juiz Nelson Rocabado, da cidade de Tarija, classificou o ex-presidente como um “rebelde” e suspendeu o julgamento até que ele se apresente. Além disso, foram congelados os bens do político e foi imposto um impedimento para sua saída do país.

As acusações emergiram em outubro de 2024, quando o governo de Luis Arce, ex-ministro de Morales e atualmente seu opositor político, revelou a investigação em curso. A denúncia alega que o ex-presidente teria cometido o ato ilícito contra uma jovem de 15 anos em 2015, supostamente com o consentimento dos pais da vítima, que teriam recebido vantagens do governo durante a gestão de Morales.

O Ministério Público também aponta que a jovem deu à luz uma filha como resultado do suposto abuso. De acordo com as investigações, os pais da adolescente a colocaram sob a “guarda juvenil” de Morales visando ascender politicamente e obter favores em troca.

As autoridades estão focadas na condenação do ex-presidente pelo crime de tráfico de pessoas, cuja pena pode variar entre 10 a 15 anos. A defesa de Morales contesta as alegações, lembrando que a acusação por estupro foi arquivada em 2020.

A defesa justifica a ausência do ex-presidente nos depoimentos devido a problemas de saúde, incluindo pneumonia e dificuldades respiratórias; no entanto, esses laudos médicos foram desconsiderados pela Justiça.

Embora o paradeiro de Morales seja conhecido — ele permanece em Cochabamba desde setembro —, a polícia não executou a ordem de prisão contra ele. A região está mobilizada com o apoio de mais de 2.000 pessoas que garantem proteger o ex-presidente contra qualquer tentativa de detenção.

Vicente Choque, membro da Confederação Sindical Única de Trabalhadores Camponeses da Bolívia, afirmou à AFP: “A segurança do irmão Evo está sob responsabilidade dessas pessoas todos os dias e 24 horas”.

Evo Morales governou a Bolívia entre 2006 e 2019, período durante o qual enfrentou uma crise política que culminou em sua saída forçada do país após ser reeleito para um quarto mandato. Nas eleições subsequentes, seu ex-ministro da Economia, Luis Arce, assumiu a presidência; no entanto, os dois se tornaram adversários políticos com disputas acirradas dentro do Movimento ao Socialismo (MAS).

Morales mantém sua intenção de concorrer novamente à presidência este ano, apesar das restrições impostas pela Justiça. As tensões entre ele e Arce aumentaram significativamente após uma tentativa de golpe militar ocorrida em junho de 2024. O general responsável pela ação foi destituído por Arce pouco antes do evento, levando a uma série de acusações mútuas entre os envolvidos.

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  • Data: 18/01/2025 12:01
  • Alterado:18/01/2025 00:01
  • Autor: redação
  • Fonte: Folhapress









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