Israel intensifica ataques em Gaza após anúncio de cessar-fogo
Mais de 70 vidas foram perdidas após pacto envolvendo Catar e EUA; Defesa Civil registra feridos, mulheres e crianças entre as vítimas
- Data: 16/01/2025 10:01
- Alterado: 16/01/2025 10:01
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: ONU
Crédito:Divulgação/Freepik
Desde a divulgação de um acordo de cessar-fogo mediado pelo Catar e pelos Estados Unidos, mais de 70 vidas foram perdidas na Faixa de Gaza, conforme informações da Defesa Civil local nesta quinta-feira, 16 de novembro. O pacto visa encerrar o conflito entre Israel e o Hamas, mas enfrenta desafios significativos com novos confrontos e atrasos nas negociações.
Imediatamente após o anúncio do cessar-fogo na quarta-feira, 15 de novembro, Israel intensificou seus bombardeios na região palestina. Testemunhas e autoridades da área relataram que os ataques aéreos demonstram a falta de um cessar imediato nas hostilidades. De acordo com os dados fornecidos pela Defesa Civil, 71 pessoas perderam a vida e mais de 200 ficaram feridas, incluindo 19 crianças e 24 mulheres.
lsraeli occupation forces fun-bomb houses in Beit Hanun, northern Gaza Strip. pic.twitter.com/uqoLsRAnby
— TIMES OF GAZA (@Timesofgaza) January 10, 2025
Fases e desafios do acordo de cessar-fogo
O acordo, que está programado para entrar em vigor no próximo domingo, 19 de novembro, foi mediado por uma coalizão envolvendo Catar, Estados Unidos e Egito. Ele prevê a libertação de reféns e uma retirada gradual das forças israelenses. Entretanto, a ofensiva militar israelense continua inabalável.
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu denunciou o Hamas nesta quinta-feira, alegando que o grupo não está cumprindo as condições estipuladas no cessar-fogo e estaria criando uma “crise de última hora” que prejudica o acordo. Em resposta, o Hamas refutou as acusações.
Informações do Ministério da Saúde da Gaza, sob controle do Hamas, indicam que 81 mortes ocorreram nas últimas 24 horas. Desde o início do conflito, o número total de palestinos mortos já ultrapassa 46.788. Relatos sobre vítimas que permanecem sob os escombros complicam ainda mais as operações de resgate.
O cessar-fogo foi projetado para ser implementado em três fases, dependendo do cumprimento das condições estabelecidas. A primeira fase contempla um período de seis semanas durante o qual 33 reféns serão libertados pelo Hamas e haverá uma retirada parcial das tropas israelenses; em troca, prisioneiros palestinos serão soltos.
A segunda fase será iniciada em fevereiro e focará nas discussões acerca dos reféns restantes e dos corpos de falecidos ainda retidos. Já a terceira fase abordará a reconstrução da Faixa de Gaza e definirá quem exercerá a governança sobre a região.
O primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman, fez um apelo para que todos os termos do acordo sejam rigorosamente seguidos. Por sua vez, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, enfatizou a urgência em fornecer assistência humanitária à população de Gaza. “É hora de os combates chegarem ao fim”, afirmou Biden em comunicado oficial.
A expectativa é que os ministros israelenses se reúnam para deliberar sobre o acordo ainda nesta quinta-feira (16), possibilitando sua implementação no domingo (19).