Cessar-fogo entre Israel e Hamas prevê troca de reféns e ajuda humanitária
Desafios sobre a sustentabilidade do cessar-fogo e as condições de segurança em Gaza permanecem
- Data: 15/01/2025 17:01
- Alterado: 15/01/2025 17:01
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: ONU
Crédito:Divulgação/Freepik
O recente aumento das tensões entre Israel e o grupo palestino Hamas alcançou um marco significativo com a proposta de um cessar-fogo, incluindo a troca de reféns, após o atentado terrorista ocorrido em 7 de outubro de 2023. Na quarta-feira (15), o acordo foi confirmado por diversas fontes na imprensa local, além do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, e do primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani.
Palestinians celebrating ahead of the announcement of the ceasefire agreement in Gaza. pic.twitter.com/XiOGFJSQup
— Eye on Palestine (@EyeonPalestine) January 15, 2025
A trégua está programada para entrar em vigor no domingo (19) e será implementada de maneira gradual ao longo de 42 dias. Apesar das tentativas de negociações anteriores que enfrentaram obstáculos consideráveis, há indícios de que um entendimento preliminar foi alcançado. Entretanto, a confirmação oficial ainda gera discussões entre os representantes israelenses e do Hamas.
O acordo estipula a troca de reféns e prisioneiros entre as partes envolvidas no conflito. Em termos específicos, prevê a liberação de 33 reféns israelenses em contrapartida à soltura de cerca de mil prisioneiros palestinos. Além disso, o pacto inclui a reabertura da passagem de Rafah, permitindo a entrada de ajuda humanitária em Gaza, uma ação essencial para mitigar a crise humanitária que assola a região.
As expectativas são altas quanto ao início da liberação dos reféns assim que o acordo seja formalizado. Contudo, existem preocupações sobre possíveis contestações judiciais por parte de grupos que podem não concordar com os termos estabelecidos. Embora a trégua temporária tenha como objetivo principal aliviar as tensões atuais, não significa que o conflito tenha chegado ao fim.
Dentre os principais mediadores das negociações estão o Catar e o Egito, com o primeiro-ministro catariano e o chefe dos serviços de inteligência egípcios assumindo papéis de liderança nesse processo. Os Estados Unidos também têm participado ativamente nas discussões, buscando facilitar um entendimento entre as partes envolvidas.
No campo israelense, figuras influentes incluem líderes do Mossad e do Shin Bet, que trabalham em estreita colaboração com o governo e as forças armadas do país. Por outro lado, o Hamas mantém representantes no Catar que realizam diálogos contínuos com os mediadores para esclarecer detalhes sobre o potencial acordo.
Entretanto, as negociações enfrentam desafios significativos. Uma das principais dificuldades reside na sustentabilidade do cessar-fogo proposto. Enquanto o Hamas exige um término definitivo das hostilidades, Israel se mostra cauteloso quanto à possibilidade de retomar ações militares caso julgue necessário após a liberação dos reféns.
Além disso, as condições para operações israelenses em Gaza também apresentam um obstáculo considerável. Os termos iniciais do acordo divergiam quanto à profundidade das incursões militares permitidas dentro do território. A fragilidade da coalizão governamental em Israel é outra preocupação relevante para o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, especialmente se o conflito terminar abruptamente.