Crescimento de Casos de Varíola dos Macacos Gera Preocupação na China e na Europa
Novas variantes e medidas emergenciais preocupam autoridades de saúde mundialmente.
- Data: 10/01/2025 01:01
- Alterado: 10/01/2025 01:01
- Autor: redação
- Fonte: RFI
Testes de Monkey Pox
Crédito:Reprodução
Recentemente, as autoridades de saúde chinesas alertaram sobre um aumento no número de casos de varíola dos macacos, caracterizados por sintomas leves como erupções cutâneas, febre, bolhas e fadiga. Embora a infecção seja geralmente considerada leve, há riscos associados que podem levar a complicações fatais em algumas situações.
A nova variante identificada, conhecida como clado Ib, mostra uma capacidade maior de transmissão, incluindo a possibilidade de contágio por meio de relações sexuais. Em resposta à detecção desta cepa, as autoridades na China estão intensificando as medidas de vigilância nas fronteiras para indivíduos e mercadorias provenientes de regiões consideradas de risco. Viajantes que apresentem sintomas ou que tenham estado em contato com o vírus serão obrigados a realizar declarações sanitárias e testes.
A varíola dos macacos foi categorizada pela China como uma doença infecciosa do tipo “B“, permitindo a implementação de ações emergenciais. Tais ações incluem restrições em reuniões públicas, fechamento de áreas afetadas e a suspensão das atividades escolares para conter novas transmissões.
Primeiro Caso da Variante 1b na França
Na França, um caso isolado da variante 1b foi confirmado em Rennes, no norte do país. O ministro da Saúde francês, Yannick Neuder, informou que o paciente está recebendo tratamento no Hospital Universitário local e não apresenta sintomas graves. Embora não tenha viajado para a África Central, ele teve contato com duas pessoas que retornaram daquela região.
O ministro destacou que este caso representa uma das primeiras ocorrências dessa variante na Europa, sendo o quarto ou quinto caso registrado até agora. O clado 1b é uma nova variante detectada recentemente na República Democrática do Congo (RDC), diferenciando-se do clado clássico 1 que já circula na África há décadas. O clado 2 já é responsável por cerca de 200 casos confirmados na França.
Possibilidade de Casos Assintomáticos
A varíola dos macacos foi identificada pela primeira vez em 1970 na República Democrática do Congo, permanecendo restrita a alguns países africanos até 2022, quando começou a se espalhar globalmente. Em agosto de 2024, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a situação da Mpox como uma emergência de saúde pública internacional.
O pesquisador Olivier Schwartz, do Instituto Pasteur, sugere que indivíduos vacinados contra a varíola poderiam manifestar formas muito leves da doença, quase assintomáticas, mas ainda assim contagiosas. Essa teoria aguarda confirmação através de estudos mais aprofundados sobre a carga viral.
Os sintomas típicos da infecção costumam surgir entre três e vinte e um dias após a exposição ao vírus e incluem febre alta, dor de cabeça e erupções cutâneas.
Vacinação Contra a Varíola dos Macacos
A vacinação é uma medida recomendada pela Autoridade Nacional de Saúde Francesa (HAS), conforme dados do Ministério da Saúde francês. Existem vacinas disponíveis nas categorias de primeira, segunda e terceira geração.
Desde 2022, as vacinas de terceira geração Imvanex e Jynneos têm sido utilizadas na França. Produzidos pela empresa dinamarquesa Bavarian Nordic, esses imunizantes utilizam vírus vivos atenuados em sua formulação.