No Rio de Janeiro, violência atinge níveis alarmantes

Um estudo recente realizado pelo Instituto Fogo Cruzado documentou um total de 2.542 tiroteios em 2024

  • Data: 03/01/2025 11:01
  • Alterado: 03/01/2025 11:01
  • Autor: Redação
  • Fonte: Instituto Fogo Cruzado
No Rio de Janeiro, violência atinge níveis alarmantes

Crédito:Reprodução

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No cenário atual do Estado do Rio de Janeiro, a violência urbana apresenta números alarmantes, com uma média de quatro pessoas baleadas diariamente na capital e na região metropolitana. Um estudo recente realizado pelo Instituto Fogo Cruzado documentou um total de 2.542 tiroteios em 2024, resultando em 758 óbitos e 807 feridos. Entre os casos registrados, 25 mortes e 84 feridos foram vítimas de balas perdidas, refletindo a intensificação dos conflitos entre traficantes e milicianos nas comunidades cariocas.

A trágica morte de Kamilla Vitória, uma adolescente de apenas 12 anos, no início de dezembro, exemplifica essa realidade devastadora. A jovem foi atingida por uma bala perdida enquanto brincava nas proximidades de sua residência, situada na Zona Norte do Rio, durante um confronto entre criminosos. Seu pai, Sandro Alves, tenta encontrar forças em meio à dor da perda: “Por dentro, a gente sente uma falta muito grande da nossa filha”, desabafa, visivelmente emocionado. A mãe, Magna de Sousa Gomes, expressa seu lamento: “Ela era nossa princesa, nossa vida”, recorda com tristeza.

A escalada da violência impacta profundamente a vida cotidiana dos cariocas. O especialista em segurança pública José Ricardo Bandeira comenta que o crescimento do crime organizado tem tornado muitas áreas da cidade praticamente inabitáveis em termos de segurança. “Hoje, poucas regiões da cidade oferecem alguma sensação de segurança”, afirma ele.

Casos como o de Alêssa Brasil Vitorino também ressaltam essa tragédia urbana. Alêssa foi morta por uma bala perdida enquanto acompanhava uma amiga para casa na comunidade da Maré. Seu irmão, Alexsey Vitorino, busca respostas, mas se vê confrontado com a dor irreparável: “Não sabemos de onde partiu o tiro; ficamos apenas com a dor da perda”, lamenta.

Erica Lima é outra voz que ecoa o sofrimento generalizado causado pela violência. Ela perdeu seu pai, Fernando, em um confronto policial na Baixada Fluminense e compartilha a angústia vivida por muitas famílias que enfrentam essa realidade cruel. “Meu pai era um homem trabalhador; saiu para o trabalho e não voltou. Isso precisa acabar!” As famílias afetadas clamam por um fim à violência que continua a ceifar vidas e a despedaçar comunidades. Para o especialista José Ricardo Bandeira, prevenir-se contra esse tipo de violência é quase impossível quando ela invade os lares: “É muito difícil pensar em uma forma de se proteger quando o perigo está dentro de casa“, conclui com indignação.

Com o início de 2025, o quadro não mostra sinais de melhora. Desde a véspera do Ano Novo, quatro pessoas foram atingidas por balas perdidas no Rio de Janeiro; duas delas não sobreviveram aos ferimentos. Um dos incidentes ocorreu em Duque de Caxias, onde um idoso de 65 anos foi baleado e faleceu após ser levado ao hospital.

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  • Data: 03/01/2025 11:01
  • Alterado:03/01/2025 11:01
  • Autor: Redação
  • Fonte: Instituto Fogo Cruzado









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